Emprego cresce e já falta mão-de-obra qualificada

09/01/2009

O emprego retomou o fôlego e já faltam trabalhadores especializados. A indústria paulista criou 11,7 mil postos de trabalho em julho, sua melhor marca no mês em cinco anos. Boa parte da demanda veio da cadeia automobilística e da metalurgia, onde há carência de mão-de-obra em funções como torneiro mecânico – antiga profissão do presidente Lula – e ferramenteiro.

A indústria de máquinas está com o crescimento abaixo das possibilidades porque não encontra operários disponíveis com qualificação.

“Queremos contratar e não conseguimos”, diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Newton de Mello, que estima déficit de 100 mil trabalhadores em toda a indústria que emprega metalúrgicos especializados em torno, fresa, ferramentaria e moldes. Com a crise, eles desapareceram do mercado.

Somente neste ano, a indústria de máquinas abriu 20 mil vagas. Os salários de fresador e torneiro mecânico oscilam entre R$ 3 mil e R$ 4 mil. Um bom ferramenteiro pode receber R$ 5 mil por mês.

Os segmentos que mais crescem na indústria de máquinas são os de equipamentos para moldes de plástico e de máquinas-ferramentas. A Romi, tradicional fabricante desses dois segmentos, enfrentou dificuldades para encontrar profissionais especializados para as cem vagas que abriu neste ano. Ontem a Volks começou a chamar de volta, para ocupar vagas reabertas, funcionários que estavam afastados da fábrica de São Bernardo do Campo .

No ano, o nível de emprego na indústria paulista cresceu 2,73%. A Fiesp revisou para cima a previsão de crescimento da ocupação de 1,5% a 3,5% para 4% – ou 70 mil novos postos.

Valor Economico
17/8/2004