Em trinta dias, fundos perdem R$ 3,2 bilhões para outros investimentos

09/01/2009

SÃO PAULO – A captação líquida total dos fundos de investimento desde o início do ano chega a quase R$ 70 bilhões, segundo a Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento), o que revela um expressivo crescimento da indústria no Brasil.

Entretanto, considerando o período mais recente, o balanço não é favorável. Nos trinta dias encerrados em 11 de dezembro, os fundos de investimento perderam R$ 3,216 bilhões, sobretudo por conta de uma forte retirada das aplicações em renda fixa.

No período, os fundos referenciados DI apuraram saída líquida de R$ 3,309 bilhões, enquanto os fundos de renda fixa encerraram com R$ 4,460 bilhões a menos em seu patrimônio líquido.

Fundos perdendo espaço?

Ainda que a amostra seja restrita e, portanto, uma análise mais consistente dependa de uma continuidade desta tendência de perda de recursos da indústria de fundos, a captação líquida negativa no período pode ser um indicativo da perda relativa de atratividade deste investimento vis-à-vis outras aplicações.

Com os sucessivos cortes na taxa Selic, que passou de 19,75% para 13,25% ao ano, as aplicações em fundos DI e de renda fixa oferecem, agora, retornos menos interessantes. Enquanto isso, outros investimentos seguem incólumes ao processo de afrouxamento da política monetária, como caderneta de poupança, imóveis e ações.

Focando em 2007

Diante da perspectiva de continuidade do ciclo de reduções do juro básico da economia brasileira, já há quem diga que a poupança e os imóveis podem oferecer retornos até mesmo melhores do que os fundos DI e de renda fixa.

A caderneta de poupança, diferentemente dos fundos em questão, não tem sua rentabilidade atrelada à Selic, mas, sim, à TR (Taxa Referencial), o que lhe garante o mesmo retorno mesmo com a adoção de uma política monetária mais expansionista.

Enquanto isso, com juros em queda e uma série de incentivos ao crédito para aquisição de imóveis, a demanda por este investimento tende a crescer em 2007, havendo, assim, uma decorrência lógica: aumento dos preços.

Fonte:
Info money