Em 15 anos, só trabalhadores do Sul viram salário subir

09/01/2009

SÃO PAULO – Nos últimos 15 anos, apenas os trabalhadores do Sul passaram a ter um rendimento maior. É isso o que mostra pesquisa realizada pelo Instituto de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento com Inclusão Social (DataSol).

O documento, assinado pelo economista e professor Márcio Pochmann, mostra que a região apresentou aumento de 1,49% nos ganhos entre 1990 e 2005, enquanto que, no mesmo período, o rendimento médio brasileiro teve redução de 7,36%.

Maior perda
Por outro lado, o Norte foi a localidade onde os ocupados perderam mais no que diz respeito à renda: -37,95%. Em seguida veio o Sudeste, com -8,53%; o Centro-Oeste, com -5,21%; e o Nordeste, com -1,1%.

Vale lembrar que, recente estudo publicado pelo Observatório Universitário mostrou que o Centro-Oeste é a localidade que paga melhor os seus profissionais em todo o País. No entanto, tal levantamento levava em conta determinadas profissões, enquanto o estudo do DataSol leva em consideração os ocupados como um todo.

Migração
Além disso, entre 1986 e 2004, o estilo migratório do profissional mudou*. Enquanto de 1986 a 1991 a maioria das pessoas que mudavam em busca de uma condição empregatícia melhor escolhiam o Sudeste como objetivo (cerca de 640 mil pessoas nesse período), a região foi uma das que mais perdeu trabalhadores entre 1999 e 2004 (215,2 mil).

Até 2004, o Norte e o Centro-Oeste foram os locais que mais receberam migrantes, com 63,7 mil e 203,5 mil, respectivamente.

Escassez de vagas
“O Sudeste expulsou mão-de-obra, isso porque apresenta um dos piores crescimentos do Brasil. Por conta da escassez de vagas, os trabalhadores saem em busca de outras regiões”, explicou Pochmann.

Além disso, o docente explicou que, antigamente, os migrantes saíam da zona rural para irem à cidade. Agora, esse movimento é de cidade-cidade.

“Eles não vão mais disputar vagas de trabalho doméstico ou na construção civil. São pessoas com maior grau de instrução, que procuram postos intermediários e até superiores”, finalizou.

*saldo líquido de entrada e saída de migrantes

Fonte:
Info Money