Dólar mantém queda livre e fecha a R$ 2,11
09/01/2009
O dólar recuou 1,03% nesta quinta-feira e encerrou no menor nível desde março de 2001, a R$ 2,116, com a notícia da desoneração do investidor externo em títulos públicos.
Na roda de dólar pronto da Bolsa de Mercadorias & Futuros, o último negócio da sessão também foi feito a R$ 2,116.
Nesta quinta-feira, o governo publicou no Diário Oficial a Medida Provisória que isenta o investidor externo da cobrança de Imposto de Renda nas aplicações em títulos públicos federais. Com isso, disseram analistas, o fluxo de recursos para o mercado brasileiro deve aumentar – derrubando a cotação do dólar.
Na mínima do dia, a divisa norte-americana caiu 1,12%, a R$ 2,114. A previsão do mercado é de que o dólar chegue aos R$ 2 em breve.
“O mercado já tinha precificado uma parte da desoneração e, com a confirmação hoje, houve mais uma queda do dólar”, disse Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK Corretora.
Segundo ela, o fluxo foi positivo nesta quinta-feira, mas o principal motivo que impulsionou a queda foi o movimento de tesourarias aumentando suas posições vendidas em dólar (aposta de queda da moeda).
“Essa conclusão de que a medida tomada vai fortalecer os ingressos realmente foi o responsável (pela queda), mas na minha opinião o maior impacto já aconteceu, agora só se o fluxo realmente aumentar”, explicou a diretora.
“A gente aguarda para dar uma avaliada como o investidor estrangeiro vai se comportar.”
De acordo com Júlio César Vogeler, operador de câmbio da corretora Didier Levy, a dúvida do mercado agora é se o Banco Central irá lançar alguma medida em contrapartida para brecar o declínio do dólar.
“Às vezes (o dólar) chega num ponto que o pessoal realiza um pouco, mas tudo faz crer que no curtíssimo prazo chegue aos R$ 2, a não ser que o BC estude alguma medida administrativa, porque com o swap não surte nenhum tipo de efeito (para segurar o dólar)”, disse o operador.
Nesta sessão, o BC vendeu a oferta total de 4.550 contratos de swap cambial reverso, em uma operação equivalente a US$ 214,1 milhões. No leilão de compra no mercado à vista, a autoridade monetária aceitou ao menos 23 propostas, com corte a R$ 2,118.
Para o gerente de câmbio da corretora Souza Barros, Marcos Forgione, a decisão do governo foi uma estratégia acertada, principalmente se vier acompanhada de queda na taxa básica de juros. “Eles vão diminuir o juro para o mercado interno e continuar atrativo para o investidor externo, porque terá a isenção.”
Fonte:
Reuters