Dólar cai 1,07% com entrada de divisas e chega a R$ 2,408

09/01/2009

São Paulo, 17 de Junho de 2005 – Investidores começam a projetar queda de 0,25 ponto percentual nos juros básicos a partir de setembro. O mercado financeiro esteve otimista no primeiro dia pós-Copom, com o dólar caindo forte frente ao real, as taxas de juros recuando no mercado futuro e o risco-país cedendo. O desenrolar da crise política, com a expectativa de queda do ministro José Dirceu – confirmada à noite -, somada à ausência de provas contra o governo agradam os investidores.

O primeiro dia com a Selic mantida em 19,75% ao ano, após nove elevações consecutivas, provocaram novo recuo nas projeções de juros embutidas nos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI). Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), os investidores começam a concentrar suas apostas nos vencimentos do segundo semestre, na expectativa de início do ciclo de queda da Selic.

“O jogo agora é outro e as curvas de juros começam a precificar queda da Selic a partir de setembro”, avalia Rodrigo Boulos, executivo da Tesouraria do Standard Bank. O DI de outubro de 2005 recuou de 19,73% para 19,67% ao ano, prevendo um queda no juro básico de 0,25 ponto percentual em setembro. “Hoje, as curvas de juros projetam um recuo na taxa no segundo semestre de até 2,2 pontos”, diz Boulos. O DI de janeiro de 2007, o mais líquido, indicou juro anual de 17,68%, frente aos 17,65% da véspera.

No mercado de câmbio, o dia foi marcado pelo fluxo positivo por conta dos exportadores. Além disso, a expectativa de que a Selic seja mantida em 19,75% até o segundo semestre garante a atratividade para o investidor estrangeiro, que ganha com os elevados juros pagos em reais. O dólar fechou em queda de 1,07%, negociado a R$ 2,408 na venda.

“O mercado continua de olho na crise política, mas enquanto não surgirem fatos novos, o dólar volta à sua tendência natural de queda”, avalia Mario Battistel, diretor de câmbio da corretora Novação. A possibilidade de retorno dos leilões de compra BC – suspensos desde o dia 17 de março – volta a ser cogitada. “A chamada MP do bem, ao baixar os custos para os exportadores, torna mais fácil a volta do BC ao mercado”, acredita Battistel. A maior pressão para que o banco atue comprando moeda vinha sendo feita pelos exportadores, que alegam perda de competitividade dos produtos brasileiros. “A cotação baixa, ao torna mais interessante a compra de moeda para recompor as reservas, não chama a atenção do FMI para a operação do BC, que poderia ser entendida como uma forma de segurar a moeda.”

O humor dos investidores estrangeiros também melhorou. Ontem, no fechamento do mercado local, o risco-país, medido pelo Embi+ do JP Morgan, caía 1,65%, aos 411 pontos-base. No mercado secundário de títulos públicos, o C-Bond fechou estável e o Global 40, hoje principal papel da dívida externa brasileira, se valorizou 0,63%, negociado a 119,250% do valor de face.

Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 1
Jiane Carvalho