Dívida pública interna alcança R$ 1,03 tri

09/01/2009

A dívida pública interna em títulos federais subiu 2,47% em agosto e alcançou a marca de R$ 1,039 trilhão. Em julho, o endividamento estava em R$ 1,014 trilhão. A dívida cresceu porque o Tesouro Nacional vendeu um volume de R$ 12,2 bilhões em títulos acima do total de papéis que venceram no mês passado. Além disso, mais R$ 12,9 bilhões foram acrescentados à dívida com a correção do valor dos papéis que são atrelados aos juros básicos, a Selic.

De acordo com o coordenador de Operações da Dívida Pública, Manuel Augusto Silva, apesar do aumento, o perfil da dívida melhorou em agosto, com a elevação da participação de papéis com rendimento prefixado, considerados melhores para a administração do endividamento. Segundo ele, a estratégia de financiamento da dívida foi facilitada pela combinação de melhora na conjuntura externa e nos indicadores da economia brasileira.

“A gente pode resumir o comportamento do mercado de títulos em agosto pela redução na volatilidade externa, sobretudo pela interrupção no processo de alta nos juros norte-americanos, e pelo cenário doméstico positivo, com inflação mais baixa, contas externas continuando com resultados favoráveis e melhora na percepção do risco Brasil”, afirmou Silva.

Ele reconheceu, porém, que o pagamento de juros da dívida continua elevado, apesar da longa sequência de cortes na taxa Selic, que remunera praticamente metade do estoque. Sem arriscar um prognóstico, Silva afirmou que “em algum momento” no futuro essa despesa deve cair.

Mas, por enquanto, a prioridade do Tesouro está na melhora da estrutura (perfil) da dívida, priorizando papéis com juros fixos (prefixados) e de prazos mais longos. “Esperamos que a nossa estratégia de prefixação da dívida retire um pouco o impacto dos juros sobre o estoque no futuro”, explicou Silva.

O gasto com juro se mantém alto exatamente porque quando a Selic começou a cair, no final do ano passado, o Governo intensificou o processo de aumento da participação de títulos prefixados e redução da dívida atrelada à própria (Selic). Assim, hoje, o Tesouro paga juros mais altos do que a Selic em uma grande parcela de sua dívida, o que atrasa o processo de redução nessa despesa.

Segundo Silva, é uma espécie de “prêmio” que se paga na transição para uma dívida com um perfil de maior previsibilidade, em que os prefixados e os atrelados a índices de preço têm maior participação. Em agosto, essa melhora no perfil da dívida teve prosseguimento.

Fonte:
Correio do Estado