Diminui a mortalidade de empresas em São Paulo, mostra Sebrae

26/08/2010

SÃO PAULO – A sexta atualização do monitoramento do índice de sobrevivência e mortalidade das empresas paulistas, produzido pelo Sebrae-SP, aponta que a taxa de mortalidade das empresas em seu primeiro ano de existência caiu de 35% para 27% em relação ao levantamento anterior, feito em 2005.

A taxa de mortalidade das empresas com três anos de existência, que era de 56% em estudo de 1998, caiu para 46%. Já para as empresas com cinco anos de atividade, a taxa de mortalidade é de 58%.

Apesar da redução, as taxas de mortalidade de empresas ainda são altas. Na comparação dos estudos realizados ao longo dos anos, uma mudança na característica dos empresários com registro na Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) merece ser destacada: a melhora no perfil do gestor. Segundo o levantamento, 83% dos que abriram empresa em 2007 possuem o ensino médio completo ou mais, ante 70% em 2000. Outro dado importante é que 78% abriram a empresa vislumbrando uma oportunidade de negócio, sobre 60% em 2000.

A pesquisa também identificou que a média de idade dos empreendedores ao iniciarem um negócio era de 37 anos. O maior percentual – 49% – estava entre os 25 e 39 anos, seguidos por 24% entre os 40 e 49 anos. Com 13% estavam os dois grupos da ponta da tabela: até 24 anos e 50 anos ou mais.

Outro dado que chama a atenção é em relação às empresas que são clientes do Sebrae em São Paulo. Destas, apenas 18% fecharam no primeiro ano de existência, ante o número geral de 27%. Para as com cinco anos de existência, os empreendimentos que contaram com o auxílio do Sebrae apresentaram um nível maior de competitividade, com a sobrevivência de 63% dos empreendimentos contra 42% do mercado.

Para o diretor superintendente do Sebrae em São Paulo, Ricardo Tortorella, à melhora da competitividade soma-se uma série de dispositivos favoráveis à abertura dos pequenos negócios, que começa a desburocratizar as relações entre o empreendedor e o estado. É o caso da regulamentação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa.

"Precisamos continuar ampliando os esforços de capacitação em gestão empresarial. O que conseguimos até agora foi um avanço, mas ainda está aquém das necessidades. Os pequenos negócios desempenham um papel fundamental na geração de emprego e renda. Nosso desafio será atender bem esses novos clientes e, ao mesmo tempo, despertar a consciência da sociedade de que temos de mudar a cultura, a formação, a educação, as políticas públicas, a carga tributária, o acesso à tecnologia, ao crédito e à justiça. A Lei Geral das MPE é um grande passo nessa caminhada", ressalta Tortorella.

Fonte:
DCI