Diferença salarial entre homens e mulheres cai 30%

09/01/2009

Elas estudam mais e até conciliam diferentes tarefas, seja no trabalho, seja em casa. Mas continuam recebendo os menores salários do mercado. A boa notícia é que a diferença entre a remuneração de mulheres e homens vem diminuindo.

Um estudo desenvolvido pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) mostra que, até o início dos anos 90, os homens ganhavam até 50% a mais. Hoje, essa diferença se aproxima de 30%.

Os dados estão no livro “O Progresso das Mulheres no Brasil”, a ser lançado na próxima sexta-feira (3), em São Paulo, pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem). O levantamento analisa pesquisas que retratam a trajetória feminina entre 1992 e 2002.

“Embora tenha havido uma evolução importante, a disparidade mostra que as mulheres enfrentam dificuldades para vencer os obstáculos no mercado”, avalia uma das coordenadoras do projeto, Júnia Puglia, em entrevista à Rádio Nacional AM . “Houve mudança significativa da faixa etária e da condição financeira dessas mulheres que estão no mercado, com necessidade maior de se conciliar os diferentes papéis.”

De acordo com a pesquisadora, a Constituição de 1988 permitiu um avanço na direção de direitos e na vigência de direitos individuais no Brasil. Houve uma lenta evolução da mulher no papel de chefe e da participação no mundo público. Uma das mudanças importantes nesse período foi a lei de cotas, que já vigora há quatro períodos eleitorais.

“Mas o panorama político no país não incentiva a população a votar em mulheres. O Brasil tem tido um resultado inferior ao da média na América Latina, que tem menos 10% de representantes femininos no Congresso Nacional”, revela Júnia. “Seria muito importante do ponto de vista da representatividade feminina que elas tivessem maior sucesso na carreira política”.

O livro da Unifem vai ser distribuído principalmente entre pesquisadores, universidades e formuladores de política pública. Para ampliar o acesso à publicação, foi criada também uma página exclusiva na Internet (www.mulheresnobrasil.org.br) com o conteúdo, além de análises, artigos e tabelas sobre a pesquisa.

Fonte:
Pernambuco.com
Da Agência Brasil