Desemprego no Brasil sobe para 9,9% em fevereiro
09/01/2009
RIO DE JANEIRO (Reuters) – A taxa de desemprego no país subiu em fevereiro, em linha com as expectativas, e deve continuar em alta devido a questões sazonais, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em fevereiro, a taxa de desemprego ficou em 9,9 por cento, acima dos 9,3 por cento de janeiro.
“Esse aumento do desemprego não é surpresa. Fevereiro é um mês de dispensa de temporários contratados para as festas de final de ano e para trabalhar no verão, como no Rio de Janeiro, e em fevereiro também há um aumento da procura por trabalho depois do Carnaval e das férias”, afirmou o economista Cimar Pereira, do IBGE.
Para Pereira, a perspectiva é de que a taxa volte à casa dos 10 por cento em março, principalmente pelo aumento da procura por trabalho.
“Por conta da sazonalidade, a taxa do mês que vem tende a ser maior. Além de ainda ter dispensa de funcionários (temporários) em março, tem o fator da procura maior por conta do inicio da atividade econômica. As indústrias começam a ligar as turbinas”, explicou.
Apesar do aumento na comparação com janeiro, a taxa foi menor que os 10,1 por cento de fevereiro do ano passado. A mediana das projeções de 20 analistas consultados pela Reuters indicava uma taxa de 10 por cento para o mês.
“Houve aumento de 6,5 por cento no contingente de desocupados (2,2 milhões) em relação a janeiro, o que representou mais 136 mil pessoas procurando trabalho, e estabilidade em relação a fevereiro de 2006”, afirma o IBGE em comunicado.
O contingente de ocupados, estimado em 20,4 milhões em fevereiro, manteve-se estável na comparação com janeiro, ainda segundo o IBGE. Ele cresceu 2,5 por cento em relação a fevereiro de 2006, resultando num aumento de 506 mil pessoas.
SEM AVANÇO QUANTITATIVO
Pereira disse que o mercado de trabalho nos meses de janeiro e fevereiro projeta um ano de 2007 parecido com o de 2006, isto é, com melhora qualitativa, mas sem avanços quantitativos.
“2006 foi muito parecido com 2005. o mercado de trabalho mostra que 2007, apesar de ser cedo para se avaliar, será parecido com 2006. Haverá aumento da renda e do emprego formal, mas a ocupação não deve responder à demanda”, disse Pereira. “Ainda não deu para ver o aumento da economia ser refletida no mercado de trabalho”
O rendimento médio real dos trabalhadores cresceu 2,5 por cento frente a janeiro. Em relação a fevereiro do ano passado, o aumento foi de 6,1 por cento.
O aumento do rendimento, no entanto, ficou concentrado nas pessoas com salários mais altos e com 11 anos ou mais de estudos. Para essa faixa, o rendimento aumentou 3,8 por cento.
“Isso foi localizado na indústria onde o rendimento subiu 10,8 por cento. O rendimento está subindo para a população mais abastada. É um fenômeno que precisa ser olhado com mais cuidado nos próximos meses”, disse Pereira.
O IBGE realiza a pesquisa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre).
Fonte:
Reuters