Desemprego na América Latina baixou para 6,3% mas situação é “preocupante”

18/12/2013

Os dados fazem parte do relatório anual Panorama Laboral 2013, que foi apresentado em Lima, Peru, pela diretora regional da OIT para a América Latina e Caraíbas, Elizabeth Tinoco, precisando que "o progresso registado nos mercados de trabalho da região, na última década, parecem ter-se estancado e portanto é necessário reforçar os esforços para evitar que haja retrocessos".

"A situação do mercado laboral não é negativa, mas sim preocupante", disse.

Segundo aquela responsável, "a região corre o risco de perder a oportunidade de avançar na geração de mais e melhores empregos" e, além disso, "os salários crescem menos do que em anos anteriores, a informalidade não se reduz, a produtividade está aumentando abaixo da média mundial e aumentou o desemprego dos jovens nas zonas urbanas".

A OIT diz que o desemprego urbano médio da região passou este ano de 6,4% para 6,3%, num contexto de desaceleração do crescimento económico, mas as previsões apontam que o nível de desemprego se mantenha igual.

Segundo aquele organismo atualmente existem 14,8 milhões de mulheres e homens que procuram emprego e não conseguem, e se a região aspira manter uma taxa de desemprego inferior a 7%, deverá criar pelo menos 43,5 milhões de novos postos de trabalho até 2023.

Por outro lado sublinha que o desemprego desceu mas é necessário melhorar a qualidade dos empregos e que pelo menos 130 milhões de pessoas que trabalham o fazem em condições de informalidade.

O relatório dá conta que pelo menos 6,6 milhões de jovens estão desempregados, e que o desemprego juvenil nas zonas urbanas aumentou ligeiramente de 14,2% para 14,5%.

Segundo Elizabeth Tinoco, "as difíceis condições de trabalho dos jovens devem ser abordadas com políticas especificamente dirigidas para produzir mais e melhores empregos e que lhes permitam aspirar a um futuro digno".

Os dados da OIT revelam ainda que a taxa de participação das mulheres aumentou "ligeiramente" e que pela primeira vez atingiu os 50%, na média regional, mas "fica caminho por percorrer em matéria de igualdade do género, pois ainda há desvantagens perante os homens".

"Mais de metade dos desempregados da região são mulheres, 7,7 milhões em comparação com os 7,1 milhões de homens", sublinha o documento.

Segundo a OIT o Uruguai, com 20,5%, lidera a lista de países da América Latina e Caraíbas, com mais alto desemprego juvenil, seguido pela Argentina (20,1%), a Colômbia (18,5%) e a Venezuela (17%).

O México, o Panamá, o Peru, Equador e o Brasil, são os países com menos desemprego juvenil: 9,5%, 12,6%, 13,2%, 14,3% e 14,5% respetivamente.

A OIT recomenda criar um ambiente propício para o desenvolvimento de empresas sustentáveis que produzam emprego formal, reforçar a institucionalização laboral e o diálogo social, desenhar e aplicar políticas ativas para o mercado de trabalho e para aumentar a produtividade, melhorar a educação e a formação para o trabalho e promover a formalização tanto de empresas como das relações laborais.

 

Fonte:
RTP notícias