Desembolsos do BNDES crescem; consultas caem

09/01/2009

Rio e de São Paulo, 15 de Abril de 2005 – Mais da metade dos recursos vai para transporte. A corrida para contornar os gargalos da logística impulsionou o crédito do BNDES. O financiamento para material de transporte, de R$ 2,5 bilhões, consumiu mais da metade dos recursos para a indústria. Outra área com destaque do banco de fomento é a de energia, que voltou a reagir, com a liberação de R$ 1 bilhão, um aumento de 19% frente ao primeiro trimestre de 2004.

Apesar desses bons resultados, o superintendente de planejamento do banco, Aloisio Asti, admitiu que cumprir o orçamento previsto para este ano ( R$ 60 milhões) “será um desafio”, diante do baixo desempenho do primeiro trimestre, divulgado ontem: embora os desembolsos tenham crescido 10% em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a R$ 9,4 bilhões, as cartas-consulta, primeira etapa do processo para o financiamento, recuaram 20% em relação aos primeiros três meses de 2004, somando R$ 16,9 bilhões, ante os R$ 21 bilhões do primeiro trimestre de 2004.

“O trimestre não surpreendeu, mas também não frustrou. Vamos manter nossa meta, apesar de sabermos que é de difícil execução”, disse o executivo. Ele destaca que o banco ainda tem três trimestres que costumam apresentar melhor desempenho que o primeiro. “O início do ano é sempre mais fraco.”

Para o diretor do departamento de economia do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Boris Tabacof, o crescimento dos desembolsos, com a queda nas consultas, mostra que os empresários estão dispostos a investir, que o BNDES está pró-ativo, mas, de outro lado, a falta de confiança no futuro da economia do País inibe a indústria de avançar mais. “O câmbio desvalorizado e os juros em alta dificultam as coisas tanto para os exportadores quanto para aqueles que vendem para o mercado interno”, disse.

Gazeta Mercantil- Pág. 1
Sabrina Lorenzi/InvestNews
e Sandra Nascimento
15/4/2005