Décimo terceiro injetará R$ 53 bilhões na economia

09/01/2009

São Paulo, 10 de Novembro de 2006 – Só nos dois últimos meses de 2006, a entrada será de R$ 34,4 bilhões, segundo o Dieese. Até o final deste ano, devem ser injetados na economia brasileira cerca de R$ 52,9 bilhões em razão do pagamento do 13 salário a 60,732 milhões de brasileiros, segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Segundo Ilmar Ferreira, economista do Dieese, o montante referente aos benefícios de final de ano em 2006 é 6,4% maior do que o registrado em 2005. E o total de pessoas que receberão o 13 salário em 2006 é cerca de 2,7% superior ao do ano passado. O Dieese estima que 1,6 milhão de pessoas passaram a receber o benefício, por terem requerido aposentadoria ou pensão, ou porque se incorporaram ao mercado de trabalho ou formalizaram o vínculo empregatício.
Do total de beneficiados neste ano, 40% ou 24,3 milhões referem-se à Previdência Social. Esses beneficiários do INSS recebem 23,7% do total pago a título de 13 salário, aproximadamente R$ 12,5 bilhões. O fato de essa faixa receber de acordo com o salário mínimo provocou, segundo Ferreira, um aumento de quase um ponto percentual na participação dos previdenciários no total do bolo frente aos 23% de 2005.
“O aumento do salário mínimo tende a melhorar o nível geral de rendimentos e dinamizar mais a economia como um todo. Neste caso, teve um papel fundamental para o aumento do montante que será injetado na economia neste final de ano”, afirma o economista.
Empregados formais correspondem a 57% do total de beneficiados, ou 34,6 milhões de pessoas que são contribuintes da Previdência. Eles devem receber R$ 39,6 bilhões, valor que corresponde a 74,9% do total pago.
Os 3% restantes do total de beneficiados são empregados domésticos com carteira de trabalho assinada, que devem receber em torno de R$ 777,1 milhões, o que representa algo ao redor de 1,5% de todo o montante pago a título de 13salário.
Valor médio
O valor médio nacional a ser pago a título de 13 foi estimado pelo Dieese em R$ 872. Em termos dos proventos da Previdência, o valor médio nacional a ser pago é de R$ 516. Os empregados do mercado formal receberão, em média, R$ 1.146. Cada trabalhador doméstico com carteira assinada terá direito a um valor médio de R$ 430.
Distribuição por região
O maior valor médio para o 13, considerando todas as categorias de beneficiados, deve ser pago em Brasília (R$ 1.878) e o menor, no Maranhão (R$ 526). Assim como a estrutura econômica, a estrutura salarial não foge à regra no tocante à distribuição geográfica dos recursos do décimo-terceiro.
A maior parcela dos pagamentos (56,4%) deve ficar nos estados da região Sudeste, que concentra também a maior parte dos trabalhadores, aposentados e pensionistas e empregados domésticos. A região Sul ficará com 16,6% do total do benefício; ao Nordeste caberão 14,6%. Para as regiões Centro-Oeste e Norte irão, respectivamente, 8,4% e 4,2%.
Metodologia
O cálculo do Dieese não considera os autônomos e assalariados sem carteira, mas apenas as pessoas que tenham direito a receber o 13 integralmente, ou seja, tivessem no mínimo um ano no mesmo emprego ou de aposentadoria. Dessa forma, os dados apresentados constituem uma projeção do montante que entra na economia ao longo do ano e não necessariamente nos dois últimos meses, quando a maior parte (65% ou R$ 34,4 bilhões) do total dos valores referentes ao 13 é paga.

Fonte:
Gazeta Mercantil
Tatiana Freitas