Crescimento latino-americano não corrige desequilíbrios

09/01/2009

Montevidéu, 21 mar (EFE).- A América Latina completará em 2006 quatro anos consecutivos de crescimento a uma taxa média de 4,3%, ainda insuficiente para corrigir os desequilíbrios que afetam os trabalhadores, segundo documento da Cepal.

O crescimento também é inferior ao do conjunto de países em desenvolvimento, afirma o documento sobre “números relevantes” da economia latino-americana, distribuído no 31º Período de Sessões da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) que acontece na capital uruguaia.

O documento contém números sobre pobreza, gastos sociais e desemprego, entre outros indicadores.

A população economicamente ativa da região aumenta a taxas próximas de 2,4% ao ano e, por esse motivo, o aumento do PIB não deixa muita margem para reduzir o nível de desemprego, afirma a Cepal.

A Comissão destaca que o desemprego começou a cair de fato apenas a partir de 2003.

O documento afirma que durante os anos 80 foi observado aumento no desemprego nos primeiros cinco anos e reduções paulatinas até o início da década de 90.

O nível de desemprego posterior a 1990 subiu de 7% a 11% e caiu depois para pouco mais de 9%.

Em média, as taxas foram muito superiores em relação ao período de 1950-1970, quando rondaram os 4%.

Segundo os cálculos da Cepal, em 2005, o número de pessoas que em situação de pobreza na América Latina e no Caribe era de 213 milhões, dos quais 88 milhões estavam em situação de extrema pobreza ou indigência.

Por sua vez, a despesa pública com programas sociais aumentou na maioria dos países da América Latina e do Caribe.

Entre 1990-1991 e 2002-2003, a participação da despesa social no PIB subiu de 12,8% para 15,1%, como conseqüência do aumento dos custos de segurança e assistência social.

Assim, a despesa por habitante aumentou 39% em termos reais.

O relatório detalha que ainda persiste uma “enorme heterogeneidade entre países”.

Brasil, Argentina, Costa Rica, Cuba e Uruguai destinam atualmente mais de 18% do PIB a gastos com programas sociais, enquanto, Equador, El Salvador, Guatemala, República Dominicana e Trinidad e Tobago destinam menos de 7,5%.

Cuba encabeça a lista, com 29,2% do PIB destinado às despesas sociais, seguida do Uruguai (20,9%), Argentina (19,4%), Brasil (18,9%) e Costa Rica (18,6%).

Fonte:
Efe
Uol Economia