Crédito no Brasil atinge 33% do PIB em agosto, maior proporção desde 1995

09/01/2009

BRASÍLIA (Reuters) – O volume de crédito no Brasil aumentou em agosto, apesar das turbulências nos mercados financeiros, e a taxa média de juros caiu puxada pelos custos de empréstimos a pessoas físicas.

Segundo dados do Banco Central divulgados nesta segunda-feira, as operações de crédito oferecidas pelo sistema financeiro cresceram 2,9% frente a julho, para R$ 841,5 bilhões –o equivalente a 33,1% do Produto Interno Bruto (PIB).

O volume mais alto registrado na série do BC é de 36,8% do PIB, em janeiro de 1995.

Levando em conta apenas as operações com recursos livres, o volume em agosto era equivalente a 23,2% do PIB.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, afirmou que a perspectiva é de que esses volumes continuem crescendo nos próximos meses, impulsionados por financiamentos imobiliários e leasing, cujos estoques de crédito ainda são baixos.

“O crédito consignado também tem muito espaço para crescer. Os volumes emprestados à iniciativa privada nessa modalidade ainda são muito baixos”, acrescentou.

A taxa média de juros cobrada pelos bancos caiu para 35,7% ao ano, frente a 35,9% em julho –que era, até então, a taxa mais baixa da série histórica do BC, iniciada em 2000.

Para as pessoas físicas, os juros médios caíram para 46,6% ao ano, ante 47% em julho. Para as empresas, a taxa média oscilou para 23,1% ao ano, frente a 23% no mês anterior.

‘Spread’ menor
Lopes destacou que o custo de captação dos bancos subiu em agosto como reflexo da volatilidade dos mercados, mas as instituições absorveram parte desse aumento por meio de uma redução dos spreads nos financiamentos às pessoas físicas.

O “spread” bancário médio –diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada dos clientes– recuou para 24,7 pontos percentuais, frente a 25,1 pontos no mês anterior.

O spread nos financiamentos para as pessoas físicas caiu de 36,3 pontos para 35,3 pontos percentuais e, para as empresas, de 12,1 para 12,4 pontos percentuais.

As operações de “leasing” subiram 74,4% nos últimos 12 meses e o crédito imobiliário, 73,9%.

O crédito consignado cresceu 37,7% no mesmo período e o crédito pessoal total, 26%.

Fonte:
Uol Economia