CPI da Terra vê MST em operações ilegais

09/01/2009

CPI da Terra concluiu nesta quinta-feira que uma movimentação financeira ligada ao MST foi praticada de forma ilegal. Numa sessão conturbada, os parlamentares que integram a comissão disseram considerar irregular a operação envolvendo 2,1 milhões de reais envolvendo uma cooperativa que atua junto ao movimento dos sem-terra, conforme informou o jornal Folha de S. Paulo.

De acordo com a CPI, o valor foi recebido pela Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil (Concrab) através de convênios públicos ou doações vindas do exterior. A movimentação desse dinheiro foi irregular, com saques em caixa através de cheques superiores a 5.000 reais – em nome da entidade, ao portador e nominais. A Concrab teve o sigilo bancário quebrado.

Três office-boys responsáveis pelas movimentações – que envolveram saques superiores a 700.000 reais – falaram à CPI. Segundo eles, as movimentações foram feitas a mando de José Trevisol, ex-secretário-executivo da Associação Nacional de Cooperação Agrícola (Anca), que também falou à CPI. Os quatro, porém, não responderam perguntas – só fizeram uma apresentação conjunta.

‘Histérica’ – Em sua explanação, Trevisou disse ter feito um investimento para o bem da Anca quando transferiu 400.000 reais da entidade para um plano de previdência – aberto em seu próprio nome e no de uma funcionária. Segundo ele, não se tratou de uso irregular do dinheiro, e os valores teriam sido devolvidos ao caixa da Anca. A CPI deverá continuar investigando o caso.

Durante a sessão, a opção dos depoentes pelo silêncio – conforme instrução de seus advogados – acirrou os ânimos entre nomes da bancada ruralista e parlamentares simpáticos ao MST. Alberto Fraga (sem partido-DF), ruralista, xingou Luci Choinacki (PT- SC) de “histérica” e disse que ela “precisa se casar”. A frase gerou tumulto e a sessão teve de ser suspensa temporariamente.

Veja
3/6/2005