Copom eleva juro a 19,25% e sinaliza novos aumentos
09/01/2009
Em sua sétima alta consecutiva do juro básico, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central frustrou as expectativas gerais do mercado de que o aperto monetário iniciado em setembro estava perto do fim. Por unanimidade, o Comitê elevou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, de 18,75% para 19,25% ao ano. O comunicado divulgado após a reunião praticamente elimina as esperanças, disseminadas pelo próprio BC, de que o ciclo de arrocho iria acabar logo.
Na nota, são reproduzidas as mesmas palavras usadas nos meses anteriores: “Dando prosseguimento ao processo de ajuste da taxa de juros iniciado na reunião de setembro de 2004, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 19,25% ao ano, sem viés”. O BC já elevou os juros em 3,25 pontos.
Alguns analistas acreditavam em uma alta de 0,25 ponto percentual, ou seja, uma elevação mais branda do que o 0,5 ponto decidido em fevereiro – que, por si só, indicaria que a tarefa foi concluída. Outros apostavam em uma alta de 0,5 ponto, mas acompanhada de um comunicado que apontasse claramente que a taxa chegou ao nível pretendido. Essas expectativas foram alimentadas pelo BC na ata da reunião de fevereiro, que dizia que a alta dos juros decidida na ocasião, de 18,25% para 18,75%, trazia a taxa “para um nível em que, na avaliação do Copom, promoverá a convergência da inflação para a trajetória de metas”.
O diretor-superintendente do Banco Fibra, João Rabêllo, acredita que a piora no cenário internacional – alta dos juros americanos de dez anos e disparada do petróleo e commodities – teve maior influência na decisão do que as condições internas. Para o diretor da Modal Asset, Alexandre Póvoa, o BC não deveria se comprometer em sinalizar flexibilidade monetária. Ambos esperam que a ata da reunião de ontem seja mais rigorosa que a anterior.
Valor Economico
Alex Ribeiro e Luiz Sérgio Guimarães
17/3/2005