Copa derruba venda de veículos em junho

03/07/2014

Leone Farias
do Diário do Grande ABC

 As vendas de carros zero-quilômetro no País registraram, no primeiro semestre, o pior resultado desde 2010. Foram 1,58 milhão de unidades de automóveis e comerciais leves emplacados de janeiro a junho, 7,33% menos que no mesmo período de 2013. O volume só supera o registrado há quatro anos (1,49 milhão). Colaboraram para isso os números fracos de junho, quando os licenciamentos foram 17% menores que no mesmo mês de 2013 e 9,8% abaixo do registrado em maio.

Os dados foram divulgados ontem pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

Para o presidente da entidade, Flávio Meneghetti, vários fatores influíram negativamente, entre os quais a dificuldade de aprovação de financiamentos. “A barra do crédito foi erguida pelos bancos, por causa da inadimplência nos últimos anos; o segundo ponto é a Copa do Mundo, achávamos que impactaria, mas não tanto quanto está acontecendo”, afirmou.

Lojistas da região atestaram que o Mundial deixou as concessionárias às moscas, já que as atenções se voltaram para os jogos. “No começo do mês (de junho) tínhamos fluxo de público na loja, depois, os clientes sumiram”, disse Thiago Alves Rodrigues, gerente de revenda Volkswagen em Santo André.

Marcos Capuano, que gerencia estabelecimento Chevrolet em São Caetano, também creditou ao evento esportivo a forte retração no mês passado.

Por causa dos fracos resultados, a Fenabrave revisou para baixo suas projeções para o ano todo. Agora, espera que o segmento feche 2014 com 3,3 milhões de unidades de automóveis e comerciais leves vendidos, 7,75% menos que em 2013. A estimativa anterior era de queda de 3,5%. Poderia ser pior se o governo tivesse retirado o desconto do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os carros, o que era previsto para ocorrer a partir de 1º de julho, e agora foi postergado até 31 de dezembro.

Por esse motivo e devido ao fim da Copa, a expectativa de lojistas é de melhora neste mês. Há quem acredite que haverá recomposição das vendas no segundo semestre. “O resultado vai ser parecido com o do ano passado”, aposta Arnaldo Brazil, diretor da consultoria MSXI.

 

Fonte:
Diario do Grande Abc