Comissão Européia:difícil fazer acordo com Mercosul
09/01/2009
Londres, 29 jun (EFE).- O representante da Direção-Geral de Comércio da Comissão Européia, Karl Falkenberg, admitiu nesta quarta-feira a dificuldade de ver uma saída para conseguir um acordo comercial entre a União Européia (UE) e o Mercosul.
Em um fórum de discussão em Londres sobre esses dois blocos apoiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Falkenberg disse que há muitas divergências entre as duas partes, devido à insistência dos sul-americanos em relação aos produtos agrícolas e dos europeus nas áreas de serviços e investimentos.
Para conseguir avançar em um acordo, a UE terá que abrir mais seu mercado aos produtos agrícolas, e o Mercosul – formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai – tem que aceitar a abertura para investimentos e serviços europeus, acrescentou.
Falkenberg admitiu a preocupação de abrir o mercado da UE para a agricultura, assunto crucial para o Mercosul.
Segundo o representante, a UE é o melhor cliente do Mercosul, mas também o mais criticado, referindo-se ao fracasso das negociações comerciais entre os dois blocos em outubro passado.
Falkenberg ressaltou que 3% do comércio externo do bloco europeu são com o Mercosul, e as transações dos países do Mercosul com os europeus representam 25% do comércio externo.
Responsável pelas negociações da UE com o Mercosul, Falkenberg afirmou que os dois blocos precisam ter ambições além do aspecto comercial, como em relação à cooperação política.
Segundo ele, para um novo início das conversas de negociação, é preciso identificar os pontos a partir de onde os dois blocos querem avançar e ter clareza sobre o que já foi conseguido.
Falkenberg disse que deve haver uma reunião ministerial no segundo semestre para analisar a situação entre as duas partes.
Para o representante, os produtos europeus deveriam chegar ao Mercosul da mesma forma que as mercadorias do bloco sul-americano entram na UE.
O negociador europeu disse que um produto do Mercosul precisa passar uma vez pelas tarifas alfandegárias da UE, mas, uma vez dentro do bloco, pode circular livremente.
Por outro lado, um produto europeu que entra no Brasil, depois de passar pelos controles correspondentes, terá que passar outra vez por estes procedimentos se quiser ir para a Argentina, por exemplo.
Falkenberg afirmou que o Mercosul é um mercado interessante, mas lembrou o problema causado pelas desigualdades sociais.
Fonte:
Uol Economia
Agencia Efe
30/6/2005