Comércio entre UE e Noedeste do Brasil ultrapassa US$ 1 bilhão

09/01/2009

RECIFE, 21 (Da Agência Meios, especial para a ANSA) – As relações comerciais entre a região Nordeste do Brasil e países da União Européia (UE) vêm sofrendo um aquecimento contínuo desde 2003. Neste primeiro semestre de 2006, porém, a balança comercial entre os dois blocos alcançou uma marca simbólica.

De acordo com os dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior brasileiro (Mdic), o Nordeste, segunda região do país em expansão no comércio internacional, realizou exportações para a UE 30,59% maiores que no mesmo período de 2005 – batendo a casa do bilhão de dólares, alcançou cerca de 1,3 bi.

As importações também variaram positivamente. Estimulados pela valorização do real, os nordestinos compraram 21,34% a mais dos europeus de janeiro a junho desse ano.
“Logisticamente conveniente, o Nordeste tem estabelecido fluxos constantes e cada vez mais firmes de entrada e saída de produtos com nações como Holanda, Itália e Alemanha”, explica o diretor de negócios da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco Domênico Trindade. Avaliando-se os números por estado, exemplos de um relativo encurtamento das distâncias entre o Nordeste e a Europa estão por todo lado.

No estado de Pernambuco, o segundo mais populoso do Nordeste, a UE manteve sua posição como principal bloco econômico fornecedor, elevando de 29,87% para 30,74% a sua participação nas importações do estado. Frente a um crescimento de 31,18% do total das importações para Pernambuco, a maior mudança coube à participação de produtos italianos na pauta, que aumentaram em 671,81% a sua participação (de 1,08% para 6,33%).

O produto responsável por esse crescimento é o que agora ocupa o segundo lugar na lista dos importados por Pernambuco. O paraxileno será usado pela companhia italiana Mossi & Ghisolfi, que nesse mês de agosto inicia a produção de resinas PET para a fabricação de garrafas no Complexo de Suape.

Entre os destinos dos produtos pernambucanos, a Holanda pulou da 7ª colocação no primeiro semestre de 2005 para a 4ª, esse ano. Em troca de bens como mangas, uvas frescas e especialmente álcool etílico, os Países Baixos direcionaram ao estado um valor superior a US$ 26 milhões. O incremento nessas relações provém diretamente da alta no preço do álcool no mercado internacional em conseqüência da crise energética mundial. Melhor para Pernambuco, cuja economia tem nesse produto um de seus sustentáculos.

A Holanda também se destaca nas relações com outros dos principais estados da região, constando entre os três maiores consumidores de produtos nordestinos. Da Bahia, estado líder nos resultados da balança comercial regional, o país importa celulose, derivados de petróleo, grãos de soja, café torrado e fio de cobre ¿ negócio que cresceu 308% entre 2005 e 2006. Esse país respondeu por uma injeção de receitas no valor de US$ 182.729.497 até fins de junho, superiores 177,09% ao mesmo período do ano anterior.

Segundo João Alfredo Figueiredo, superintendente do Promo Centro Internacional de Negócios da Bahia, a atuação da Holanda como entreposto comercial, redistribuindo esses produtos para toda a Europa, explica esses números e outros mais. O país é o segundo maior importador do Maranhão e o terceiro do Ceará. Juntos, esses estados arrecadaram US$ 144.691.704 somente nas transações com a Holanda.

No caso do Ceará, o atrativo maior ficou por conta dos produtos têxteis e frutas (mais uma vez a manga, entre outras). O Maranhão forneceu principalmente ligas de alumínio e grãos de soja ao país.
O Reino Unido, destaque na tabela de compradores do Ceará recém-liberada pelo Mdic, aumentou a sua participação em 128,83% nas compras de produtos como calçados, frutas (banana, manga, melancia, abacaxi, mamão), castanha de caju e mel natural. Com o salto para a 5ª posição entre os principais mercados do Ceará, o Reino Unido destinou US$ 22.460.809 ao estado.

Fruto da diversificação das economias estaduais, com perfis industriais e agropecuários geradores de produtos cada vez mais competitivos, as exportações do Nordeste acusaram um bom crescimento geral ao final desse primeiro semestre. Cinco pontos percentuais e meio acima da média nacional (13,46%), os nove estados nordestinos exportaram um total de mais de US$ 5 bilhões.

Fonte:
ANSALATINA