Clima e pragas afetam azeitonas na Itália, e azeite deve subir 40% no mundo

29/10/2014

Problemas climáticos, excesso de moscas e bactérias afetam a produção de azeitonas na Itália e na Espanha e devem fazer o preço do azeite subir até 40% em todo o mundo.

A Espanha anunciou que a produção neste ano será de 1 milhão de toneladas, metade da do ano passado, por causa da falta de chuvas na Andaluzia.

Agora a Itália, segunda maior produtora mundial, divulgou a previsão de queda na colheita de azeitonas e a consequente redução de mais de 30% na produção de azeite italiano, que deve ficar em torno das 300 mil toneladas. Em 2013, a produção tinha sido de mais de 461 mil toneladas.

O Brasil é um dos importadores do azeite italiano, e o mercado nacional deve ser afetado.

"Uma parte do problema na colheita deste ano foi causado pelo clima, o andamento da estação. Ocorreram inundações em toda Itália. Outra parte foi consequência da infestação da mosca de oliva [bactrocera oleae]. Também tivemos o problema da xylella fastidiosa [bactéria que resseca os olivais], que criou muita dor de cabeça. Foi uma série de problemas e, ao final, teremos como resultado uma colheita mais escassa", conta Lorenzo Bazzana, diretor-técnico da Coldiretti (Confederação Nacional dos Empreendedores Agrícolas), responsável pela divulgação dos números da safra italiana.

Aumento de até 40% no preço do azeite

Com a redução nos dois países, a previsão é de que a produção mundial de azeite em 2014 deverá sofrer uma queda de 17%, ficando em torno das 2,9 milhões de toneladas. Na Puglia, maior região produtora da Itália, a cotação do azeite subiu 38% em relação a 2013.

Na Toscana, espera-se que o preço do litro fique até 30% mais caro no mercado mundial em 2015.

"O nosso observatório anunciou que também o azeite toscano registrará uma redução importante [de volume]. Haverá seguramente um incremento de custos. Nós podemos dizer que, naquilo que diz respeito ao nosso produto, o aumento será de 20% a 30%. Aquilo que custava 10 euros custará 12, 13 euros. Mas a verdade é que cada empresa fará a sua política de preços. Existem empresas que já neste ano decidiram vender uma garrafa de meio litro, que antes custava 8 euros, a 15 euros", afirma Christian Sbardella, diretor de Marketing do Consórcio pela Tutela do Óleo Toscano.

 

Fonte:

Patrícia Araújo
Do UOL, em Roma