Classe C tem 18º maior mercado consumidor do mundo
19/02/2014
Com 108 milhões de pessoas e responsável por um gasto total de R$ 1,17 trilhão e 58% do crédito concedido no país em 2013, a classe C brasileira representa sozinha o 18º maior mercado consumidor do mundo. Assim, se fosse um país, o grupo faria parte do G-20, que reúne as 20 maiores nações mais ricas do mundo e seria o 12º mais populoso do planeta, mostra a pesquisa As Faces da Classe Média, realizada pelo Instituto Data Popular e pela empresa Serasa Experian.
A pesquisa mostrou que sete em cada dez desses brasileiros se preocupam mais com qualidade e preço e 57% deles dão mais atenção às marcas dos produtos nas compras feitas de uma forma geral. A renda per capita desse grupo varia entre R$ 320 e R$ 1.120. Considerando quatro pessoas em cada família, a renda média da classe C gira em torno de R$ 3 mil mensais.
Foto: Robson Mendes |
De acordo com o estudo, só este ano, a classe C deve consumir 8,5 milhões de viagens nacionais, 6,7 milhões de aparelhos de TV, 4,8 milhões de geladeiras e 4,5 milhões de tablets. São números que, na visão do presidente do Data Popular, Renato Meirelles, fazem com que essa classe tenha deixado de ser um segmento para se tornar o principal mercado consumidor do país.
O grupo, que representa 54% da população do Brasil, está concentrado principalmente na Região Sudeste, com 43%, seguida do Nordeste (26%), Sul (15%), Centro-Oeste (8%) e Norte (8%). Ainda por regiões, de cada R$ 100 gastos pela classe média no ano passado, R$ 46 foram desembolsados no Sudeste, R$ 22 no Nordeste, R$ 16 no Sul, R$ 8 no Centro-Oeste e R$ 7 no Norte.
As projeções da pesquisa são de que a Classe C continue crescendo e chegue a 2023 como uma parcela de 58% da população do país, ou 125 milhões de pessoas.
Foto: Arte Correio |
Subgrupos Os pesquisadores analisaram 400 variáveis e dividiram a classe média brasileira em quatro subgrupos: promissores, batalhadores, experientes e empreendedores.
“Durante anos, as empresas procuraram entender o gosto da classe média e percebemos que não existe um gosto único, o que vai permitir que sejam mais assertivas em suas ações. Dos quatro segmentos que identificamos, dois estão ligados ao passado, que são os batalhadores e os experientes. Os outros dois estão ligados ao futuro: são os promissores, jovens que estão estudando mais, e os empreendedores, a elite da classe média, grupo com mais chance de ascender– explicou Ricardo Meirelles, diretor do Instituto Data Popular.
O grupo dos promissores é formado pelos mais jovens, com idade média de 22,2 anos. O que chama atenção no grupo é a crença que o crédito é uma forma de melhorar as condições de vida, junto com a informação de que mais da metade deles (51%) já passou por descontrole financeiro.
Os batalhadores têm, em média, 40,4 anos e são a maioria do grupo (39%) e, por isso, respondem pela maior fatia do R$ 388,9 bilhões. Fazem largo uso do crédito a que têm acesso, uma alternativa para os momentos de aperto financeiro e foi fundamental para assegurar importantes conquistas, como a compra ou a reforma da casa. Quase metade deles (48%) tem apenas o ensino fundamental.
O grupo de experientes é formado por 20,5 milhões de pessoas, 26% da classe média, com consumidores com idade média de 65,8 anos. O destaque da pesquisa é o momento pós-aposentadoria, visto por eles como sinônimo de depressão e preconceito por parte dos mais jovens. Muitos continuam no mercado de trabalho, em busca de uma vida ativa e para preservar o seu padrão de consumo.
Os empreendedores representam 16% da classe média, com 11,6 milhões de pessoas e são mais escolarizados do que os demais. Seu diferencial é valorizar a liberdade e fazer do trabalho a união do sustento com o gosto. É o grupo que apresenta maior renda per capita, com consumo anual de R$ 276 bilhões, investidos em educação, eletroeletrônicos, turismo,tecnologia e veiculos.
Fonte:
Correio*