Classe C brasileira avança na internet
09/01/2009
“É um mito que a internet é elitizada, que só fala para as classes A e B”, disse o presidente do Interactive Advertising Bureau Brasil (IAB) e diretor-geral do portal Terra, Paulo Castro. De acordo com o IAB Brasil, 37% dos internautas brasileiros no ano passado eram da classe C. Cinqüenta por cento eram da classes A e B e 13% da D e E. Este ano, a expectativa é que a fatia da classe C chegue a 40%. “Devemos fechar o ano com 18 milhões de usuários na classe C.”
“Outro mito que queremos eliminar é que não existe massa crítica na internet no Brasil”, afirmou Castro. “Já estamos entre o sexto e o sétimo mercado do mundo, à frente da França, da Itália e da Espanha. Somos o segundo meio de comunicação mais abrangente do Brasil.” Em primeiro lugar, está a TV.
No ano passado, o total de internautas no Brasil avançou 21%, chegando a 40 milhões. O crescimento foi incentivado pelas vendas de computadores, que somaram 10,5 milhões e ultrapassaram, pela primeira vez, o total de aparelhos de televisão vendidos no País. Para 2008, a expectativa de crescimento do número de internautas é de 15%, chegando a 45 milhões. “Os dois primeiros meses do ano mostraram números bem saudáveis de vendas de computadores”, destacou o presidente do IAB Brasil.
A publicidade na internet aumentou 45%, chegando a R$ 527 milhões em 2007. O número não inclui a maior parte dos links patrocinados, pequenos anúncios de texto que aparecem ao lado de resultados de busca e em páginas de conteúdo, principal fonte de receita do Google. Segundo Castro, existe um esforço da subsidiária brasileira do Google para que esses números possam ser agregados ao indicador. Hoje, a matriz da empresa não autoriza a sua divulgação para a entidade.
A internet foi a mídia que mais cresceu no ano passado. Para 2008, a IAB Brasil projeta uma expansão de 35%, chegando a R$ 712 milhões. Apesar do aumento acelerado, a internet ainda tem uma participação muito pequena no bolo publicitário, de 2,8% (sem os links patrocinados). “Temos de trabalhar com formação e informação”, disse Castro. “Existem anunciantes que ainda acham mais fácil trabalhar com o que já está perpetuado. A TV paga, que alcança entre 13 milhões e 15 milhões de pessoas, tem hoje uma participação um pouco acima da internet, com 3,4%. Uma explicação é que a forma de lidar com ela é parecida com a TV aberta. Oitenta por cento do poder de consumo brasileiro já estão na internet.”
Fonte:
Estadão.com.br