Central internacional abre em agosto

09/01/2009

Meta é aumentar exportações atacadistas de frutas e verduras de US$ 300 milhões para US$ 1,2 bilhão em quatro anos; empresa italiana auxilia o projeto.

A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), maior central de abastecimento da América Latina, pretende se transformar em uma feira mundial. Para isto a Infor Mercati, empresa italiana que presta consultoria para as centrais de abastecimento de vários países europeus, montará, até o finalde agosto, uma central internacional
de negócios dentro do entreposto em São Paulo.

A intenção é fazer com que os produtos brasileiros sejam exportados diretamente para os países europeus sem a intermediação das tradings, que pagam preços menores pelo produto nacional. As exportações de frutas e verduras dos atacadistas brasileiros (Ceasas) deverão atingir US$ 1,2 bilhão nos próximos quatro anos, segundo projeção de Francisco Cajueiro, presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).

Atualmente, os atacadistas brasileiros exportam US$ 300 milhões por ano em frutas e verduras. “Muitos produtos são exportados com valor baixo através de tradings. Com o centro de negócios conseguiremos um preço melhor para os atacadistas brasileiros e também para os produtores brasileiros”, diz Marco De Biasi, diretor da M3 Business Consultoria, empresa que representa a Info Mercati no Brasil.

Consultor técnico da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria de São Paulo, De Biasi explica que as tradings compram mais barato devido aos custos de logística, embalagens e distribuição para diversos países. Para ele, o centro de negócios, além de aumentar a exportação dos produtos brasileiros, diminuirá os custos relativos à logística e embalagens e trará informações dos mercados para os comerciantes que querem exportar.

Serão investidos US$ 1,5 milhão na construção do centro que terá um show room, onde serão mostrados os produtos brasileiros, sala para conferências e boxes. No centro de negócios, o empresário brasileiro também poderá ter acesso a informações sobre importação, exportação, logística e mercado internacional.
“A idéia é centralizar a operação para que o empresário estrangeiro que venha ao Brasil tenha todas as informações sobre a produção, qualidade portunidades de investimento em um só lugar”, argumenta De Biasi.
Melhorar a qualidade dos produtos hortifrútis brasileiros com informações adequadas também será um dos pilares do centro de negócios. “A intenção é ajudar ainda mais e melhorar as condições para a exportação de produtos brasileiros”, comenta De Biasi.

A projeção de US$ 1,2 bilhão é considerada modesta para o presidenteda Ceagesp, devido profissionalização
do setor, ampliação do mix de produtos e investimento
focado em informações dos principais países compradores dos produtos brasileiros. Para ampliar o mix de produtos, a Ceagesp assinou parceria com a central de abastecimento de Buenos Aires, na Argentina, para que os alimentosimportados exportados
tenham trânsito livre, sem qualquer interrupção de transporte.

Estudo de mercado
Para aumentar as exportações dos atacadistas brasileiros, que em 2005 foram de US$ 300 milhões, Cajueiro ressalta que existe toda uma disponibilidade de recursos com regulamentaçãoe legislação específica, só é preciso definir quais parceiros na iniciativa privada seriam os adequados para este tipo de operação. “Todos os agentes financeiros estão ávidos por este tipo de negócio como uma alternativa para a geração de novos recursos”.

Em um estudo feito pela Info Mercati em conjunto com a Ceagesp, foram selecionados 5 produtos que em 2004 representaram cerca de 75% das exportações brasileiras e o potencial de exportação daqui a cinco anos para os principais mercados consumidores.
Nestes produtos o valor projetado chegará a US$ 354,3 milhões. As uvas frescas encabeçarão a lista com US$ 183 milhões em exportações, daqui a cinco anos, projeta oestudo. A castanha de caju é o segundo produto com maior potencial, de US$ 69,26 milhões, seguida por maçãs, com US$ 66,46 milhões. O melão aparece em quarto, com US$ 25,2 milhões.

Goiabas, mangas e mangostões (incluídas na mesma categoria) aparecem com US$ 9,75 milhões.

No caso das uvas, produto de maior valor na projeção das exportações, o estudo indica que em 2004, os cinco países selecionados (Alemanha, Espanha, França, Holanda e Itália) importaram 668 mil toneladas, sendo que 23 mil toneladas do Brasil.

O estudo indica que com um preço mais competitivo, o resultado da exportação brasileira poderá chegar a 100 mil toneladas.

Fonte:
DCI
Cristiano Eloi