Capitais brasileiros no exterior passaram dos US$ 93 bilhões em 2004

09/01/2009

SÃO PAULO – De acordo com levantamento feito pelo Banco Central, até 31 de dezembro de 2004, 11.245 brasileiros detinham US$ 93,243 bilhões depositados em investimentos e participações societárias no exterior. A cifra é 12,8% superior àquela registrada em 2003.

As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (03) pelo chefe do Departamento de Combate a Ilícitos Financeiros e Supervisão de Câmbio e Capitais Internacionais, Ricardo Liao.

Crescimento das exportações
Segundo Liao, o aumento é justificado pela inserção da economia brasileira no exterior, estimulada pelo crescimento das exportações nos últimos anos.

Além disso, no período analisado também houve um crescimento no número de pessoas físicas e jurídicas que apresentaram a Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior (CBE): 623 a mais em relação ao período anterior.

Ricardo Liao também credita o aumento de US$ 10,6 bilhões nas declarações deste ano às fusões de empresas nacionais e estrangeiras, que chegaram ao valor de US$ 5,4 bilhões, além do incremento de US$ 5 bilhões em empréstimos intercompanhias. Soma-se a isso a valorização de mercado de empresas brasileiras no exterior.

Ele afirmou também que houve uma redução de aproximadamente US$ 6 bilhões em depósitos de brasileiros no mercado internacional.

Paraísos fiscais
Assim como aconteceu em anos anteriores, a maior concentração de recursos brasileiros ocorreu nos chamados paraísos fiscais, devido às “facilidades que esses países oferecem na modalidade de capitais”.

Desta forma, os recursos depositados nestes países acabam migrando para outros destinos, por meio de holdings, empresas que redistribuem as aplicações dentro de um determinado grupo.

Ilhas Cayman: a preferida para investir
De acordo com o levantamento do Banco Central, o maior volume de recursos brasileiros passou pelas Ilhas Cayman, que recebeu US$ 26,319 bilhões de investimentos.

Em seguida aparece Bahamas (US$ 8,234 bilhões), Ilhas Virgens (US$ 6,652 bilhões), Luxemburgo (US$ 3,114 bilhões), Uruguai (US$ 676 milhões), e Antilhas Holandesas (US$ 318 milhões).

A única novidade neste ano foi a inclusão da Dinamarca, que recebeu investimentos na ordem de US$ 6,460 bilhões.

Sobre a pesquisa
O Banco Central passou a mapear o volume de ativos no exterior a partir de 2002. Com a declaração de CBE, é possível conhecer as riquezas brasileiras no mercado internacional, sem o intuito de fiscalizar.

Cabe destacar que a declaração anual é obrigatória a todos que detêm ativos superiores a R$ 200 mil no exterior, expressos em dólares norte-americanos.

As informações são da Agência Brasil.

Fonte:
Infomoney
4/11/2005