Câmara Ítalo-Brasileira participa do Comitê Inter-Câmaras de Comércio de Carbono
09/01/2009
Mudanças climáticas no planeta, ratificação da Rússia ao Protocolo de Kyoto, Comércio de Carbono, são temas que ganham corpo atualmente nos noticiários. O Comitê Inter-Câmaras de Comércio de Carbono, criado em setembro do ano passado envolvendo as Câmaras de Comércio de vários países, e dentre elas, a Câmara Ítalo-Brasileira, realizou reunião no último 28 de maio com representantes das missões diplomáticas da Holanda, Itália, Alemanha, Austrália, Japão e Canadá, procurando conhecer qual o posicionamento desses países frente aos “Mecanismos de Desenvolvimento Limpo – MDL” e que medidas estariam sendo tomadas para as reduções de emissões e qual a perspectiva que estaria sendo considerada de cooperação com o Brasil relativamente a esse assunto. O Comitê tem como proposta básica atuar na viabilização do “comércio de carbono”, com ações de disseminação de informações, identificação e apoio a potenciais “projetos MDL”. A barreira principal à entrada em vigor do Protocolo encontra-se em conseguir um número suficiente de ratificações dos principais emissores de CO2, visando, dessa forma, o comprometimento dos responsáveis pela grande parte das emissões globais.
O Protocolo, assinado em 10 de dezembro de 1997 por 84 países da Convenção sobre Clima, é uma tentativa de se chegar a um acordo, em nível global, quanto à redução das emissões de gases de efeito estufa. Pelo Protocolo, os paises foram divididos em dois grupos: países “Anexo 1”, que inclui os paises desenvolvidos e que têm o compromisso de reduzir as suas emissões, e os países “Não Anexo 1”, que inclui os países em desenvolvimento e que têm a função de colaborar nessa questão, não tendo sido a eles adicionados novos compromissos, além daqueles estabelecidos na Convenção sobre Clima das Nações Unidas de 1992.
O Protocolo estabelece que entre os anos 2008 a 2012, as emissões dos países “Anexo 1” devem ser reduzidas em 5,2% , na média, com relação aos níveis de 1990 para o dióxido de carbono (CO2), metano e óxido nitroso e, aos níveis de 1995 para outros gases de efeito estufa.
O Brasil, incluído entre os países “Não Anexo 1” tem sido citado como um país com enormes potenciais para projetos MDL. O “seqüestro de carbono”, através projetos voltados para a área florestal, visando a absorção do CO2, feita pela vegetação através da fotossíntese e/ou emissões evitadas de gases efeito-estufa, feita por projetos de fontes alternativas de energia, “limpas” e livres de compostos de carbono, podem ser transformados em CERs e negociáveis entre governos e empresas dos países signatários do Protocolo de Kyoto. A Itália não tem ainda definido uma posição política para o tema, muito embora exista preocupação com a problemática ambiental. Deste 1999 a Embaixada da Itália no Brasil atua com êxito em projetos na Amazônia, no combate às queimadas que tem devastado aquela região.