Cachaça terá qualidade avaliada pelo INT

09/01/2009

Segunda bebida mais consumida no Brasil, a popular cachaça passará por teste de qualidade. De olho no mercado externo, o Brasil estabeleceu, através de decretos, portarias e regulamentos técnicos, critérios para identidade, qualidade, classificação, padronização, registro, inspeção e fiscalização da legítima ‘branquinha’. Atualmente, apenas 1% da produção anual – 1,6 bilhão de litros – é exportada.

O Laboratório de Análises Orgânicas do Instituro Nacional de Tecnologia (INT), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), já é acreditado pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), conforme à norma NBR ISO/IEC 17025, para os produtos mamadeiras, chupetas, bicos de mamadeiras, tintas, vernizes. No decorrer deste ano, o INT estará se adequando para a realização dos ensaios constantes da Portaria 59, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), buscando sua acreditação nessa bebida fermento-destilada.

No ano passado, o INT agendou sua participação no Programa de Ensaio de Proficiência da Cachaça, promovido pelo Inmetro e reunindo instituições de pesquisa privadas e governamentais, o que aumenta a credibilidade dos resultados das medições e auxilia o setor produtivo na seleção de laboratórios para realizar a análise.

O projeto elaborado pelo INT – Extensão analítica de laboratório acreditado pela NBR ISO/IEC 17025, no produto cachaça, visando o Programa Brasileiro de Avaliação da Conformidade – foi aprovado com execução prevista para o prazo de dois anos. Os recursos financeiros já foram liberados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), e permitirão a modernização instrumental do Laboratório de Análises Orgânicas para avaliar, dentre outros, os contaminantes orgânicos carbamato de etila e metanol, presentes na bebida.

De acordo com o coordenador do Projeto, Jorge Luiz de Souza Leal, dentre os ensaios previstos na portaria do Mapa, alguns já são realizados no laboratório e os demais estão sendo implantados com a aprovação do projeto.

Para assegurar a qualidade da cachaça, a portaria do Mapa e o regulamento de avaliação da conformidade do Inmetro estabelecem diversos parâmetros de controle, como a graduação alcoólica, definida entre 38 e 48% em volume, e os limites à presença dos principais contaminantes orgânicos. Entre os contaminantes estão o carbamato de etila, produto oriundo da fermentação da cana-de-açúcar, limitado a 0,15 mg/L, e o álcool metílico (metanol), decorrente da degradação da pectina presente na cana-de-açúcar, limitado a 0,25 mL/100 mL (álcool anidro).

Fonte:
Assessoria de Imprensa do INT