BRIC: O quarteto imbatível do crescimento
09/01/2009
Países favorecem evolução da economia mundial
Paris – O “padrinho” do grupo de países que compõem a sigla Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) é nada mais nada menos que o banco de investimento norte-americano Goldman Sachs, que em 2003 editou uma análise considerada de importância histórica.
Seu parecer básico é que – salvo imprevistos que alterassem os atuais fundamentos mundiais – as economias dos quatro países mencionados serão as maiores do mundo até 2050. O economista James O”Neal foi o principal redator da análise. Nela, destaca que “juntos, os quatro países somarão mais de 40% da população mundial, e seus PIBs somados atingirão US$ 14,951 trilhões.
Inicialmente, o documento confirma que Brasil, Rússia, Índia e China encontram-se em curso estável de adoção do sistema capitalista, embora cada caso tenha suas particularidades.
Contudo, a característica comum dos quatro é que, após o final da Guerra Fria, iniciaram a promoção e aplicação metódica de reformas radicais, integrando-se plenamente ao âmbito da economia mundial. E não só: já constituem engrenagens importantes, nas quais qualquer pane traria consequências desastrosas para a economia mundial.
Nas próximas décadas, avalia O”Neal, Índia e China serão os mais importantes fornecedores mundiais de bens e serviços, enquanto Brasil e Rússia serão as principais fontes mundiais de matérias primas, incluindo as energéticas.
Esta análise inicial foi seguida por outra, divulgada em 2004. Das consideráveis avaliações que contém, destaca-se a seguinte projeção: nos quatro países, 800 milhões de pessoas deverão ter, salvo algum imprevisto, aumento de US$ 3 mil em sua renda anual, no mais tardar em 2015. A riqueza gerada por estes países terá, como resultado, o aumento da renda per capita de cerca de 200 milhões de habitantes do Bric para acima de US$ 15 mil. Isso ocorreria a partir de 2025.
Mas não se deve deixar de afirmar que isso ocorreria num processo casado, onde a riqueza nos países desenvolvidos continuaria crescendo em ritmo impressionante.
As conclusões extraídas destes dados são impressionantes mas também críticas para a definição política dos governos nacionais, o que evitaria que suas economias nacionais atravessassem as readequações necessárias com violência.
Um exemplo característico é a previsão de que a China será o maior mercado de automóveis do mundo até 2025, assumindo o primeiro lugar dos EUA. Mas também que, uma década depois, os EUA perderão seu segundo lugar para a Índia.
De um modo geral, as previsões dos analistas do Goldman Sachs constituíram bases seguras de previsão da evolução econômica mundial nos últimos anos. Em outras palavras – embora seja muito cedo para se chegar a conclusões – as previsões de O”Neal e sua equipe foram confirmadas até o momento.
Destaque-se também o fato de que os países do Bric formalizam entre si, , de tempos em tempos, acordos comerciais e econômicos. Isso comprova dois fatos: primeiro, que eles se “reconhecem” como as economias mais dinâmicas do mundo. Segundo, que não hesitarão em buscar cooperação em todos os setores em que julgarem que podem garantir maiores vantagens.
A propósito, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, surge nos últimos anos como aquele que assumiu as iniciativas mais importantes neste sentido, criando a Organização de Cooperação de Xangai, da qual participa – além da Rússia – a China. A Índia está entre os países-membros “colaboradores”.
Fonte:
Monitor Mercantil
Alex Corsini