Brasil vai dar voz aos emergentes na reunião do G-20, diz Meirelles

11/06/2010

SÃO PAULO – O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meireles, disse ontem, que a próxima cúpula do G-20 (grupo formado pelas vinte maiores economias do mundo) discutirá questões relacionadas à crise financeira internacional como regulação e que o papel do Brasil no grupo é distribuir a carga do ajuste pós-turbulência mundial entre os países e garantir maior voz aos emergentes.

Segundo ele, na reunião de junho em Toronto, "o G-20 vai apresentar um conjunto de sugestões para ações específicas, como redes de proteção financeira, para fortalecer a capacidade dos países de lidar com a volatilidade dos fluxos de capital".

Meirelles disse que o grupo também pretende avançar no campo regulatório, tornando-o mais seguro e transparente, revisar os limites e padrões da liquidez, fortalecer a supervisão dos fundos de hedge e dos derivativos de balcão e debater a questão da supervisão das instituições sistemicamente importantes.

"O Brasil tem, no G-20, o objetivo de promover a cooperação internacional e garantir a distribuição do esforço de ajuste das economias", afirmou.

De acordo com presidente do BC, outro objetivo brasileiro é realinhar a representatividade dos organismos internacionais para que o Brasil e outros países emergentes participem deles de forma mais ativa.

Meirelles reiterou, ao se referir à crise europeia, que o Brasil trabalhou e se preparou para o pior. "Mas sempre vamos torcer para o melhor", ressalvou. "Muitas vezes, espera-se no caso da Europa o mais provável, mas nós estamos preparados para o pior", afirmou, ao encerrar o 3º Fórum Brasil-EUA, organizado pela Universidade de Miami e pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP).

O presidente do BC ressaltou, ainda, a importante participação do Brasil na reformulação do sistema financeiro internacional, diante dos diversos choques pelos quais passou a economia mundial. Segundo ele, o Brasil aprendeu com as crises passadas. "Buscamos políticas consistentes e aperfeiçoamento das instituições", afirmou, lembrando das medidas anticíclicas adotadas pelo governo brasileiro.

Fonte:
DCI