Brasil terá mais uma colheita recorde

09/01/2009

Brasília, 5 de Setembro de 2007 – Estimativa é que área cultivada cresça 5%, mas ainda não irá superar 2002/03. A safra 2007/08, que começa a ser plantada agora, poderá ser ainda maior que a colhida no ano agrícola anterior. Os altos preços das commodities que o mercado projeta para o próximo ano, principalmente para o milho e o arroz, levou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento a contar com aumento de 5% na superfície ocupada, que pode chegar a 48,4 milhões de hectares. Uma das expectativas para esta safra é que os recursos destinados ao financiamento da lavoura garantam a expansão da área plantada e maior produtividade.
Segundo a última estimativa da Companhia Brasileira da Abastecimento (Conab), em 2006/07, o Brasil colheu 131,4 milhões de toneladas de grãos, a maior safra da sua história. Se o clima favorável e o aumento do uso de tecnologias se repetirem esse resultado poderá ser superado, chegando a 138 milhões de toneladas, considerando a produtividade média da temporada 2006/07. Na safra passada, os agricultores ocuparam 3,6% menos área, mas a produtividade média foi 11,3% superior. Os números oficiais da Conab para a colheita 2007/08 serão divulgados em outubro. Se confirmado o incremento na superfície semeada, ainda assim, será menor que o recorde de 2002/03, quando foram plantados 48,7 milhões de hectares.
Segundo a estatal, a safra 2006/07 superou em 6,6% o recorde anterior – 2002/03, quando o Brasil colheu 123,2 milhões de toneladas. Em relação à 2005/06 o resultado é 7,3% maior. A cultura com o melhor desempenho foi o milho, com 51,1 milhões toneladas, crescimento de 20,1%.
De acordo com o diretor de Logística da Conab, Silvio Porto, no caso do milho, os bons preços, além das novas tecnologias nas lavouras e o clima, também impulsionaram o aumento de produção e conseqüentemente as exportações para países antes atendidos pelos Estados Unidos – que hoje consome a maior parte da sua produção para o etanol. Outro fator importante, segundo ele, é a certificação do milho brasileiro não-transgênico. Por causa disso, os embarques para países europeus cresceram e o grão brasileiro tem sido melhor remunerado. “A Europa tem buscado o milho brasileiro e paga prêmio de US$ 70 por tonelada embarcada, pois a produção vendida não é geneticamente modificada”, disse Porto.
No entanto, ele faz uma ressalva: a demanda internacional crescente pode afetar a produção de aves e suínos nacional, pois se a produtividade se mantiver nos níveis atuais e a busca pelo produto for ampliada, a tendência é que os preços do milho sofram reajustes. “Nossa grande expectativa é que tenhamos tranqüilidade não só de continuar mantendo os níveis de exportação altos, como neste ano, mas também assegurar o mercado interno”, disse.
Enquanto a área de milho deu um salto de 12,9 milhões para 13,9 milhões de hectares, a soja – principal commodity brasileira – teve a superfície plantada reduzida de 22,7 milhões para 20,7 milhões de hectares (9,1% a menos). Apesar disso, a produção aumentou. Segundo o levantamento da Conab, a colheita da oleaginosa foi de 58,4 milhões de toneladas, acréscimo de 6,1%. O algodão em caroço fechará produção de 3,9 milhões toneladas (em caroço), variação positiva de 43,5%. O trigo teve colheita 54,2%, com 2,2 milhões de toneladas.
Os dois principais pratos da mesa do brasileiro: feijão e arroz também tiveram produção menor. Para o feijão, a colheita foi estimada em 3,3 milhões de toneladas, queda de 3,9%. No caso do arroz, a safra foi de 11,3 milhões toneladas, com variação negativa de 3,5%.

Fonte:
Gazeta Mercantil
Alexandra Bicca