Brasil sobe uma posição, mas continua mal no índice do Banco Mundial

12/09/2008

Rosana Hessel, Jornal do Brasil

 

SÃO PAULO – O Brasil ganhou uma posição no ranking global do estudo Doing Business 2009, publicado anualmente pelo Banco Mundial (Bird) e pelo seu braço financeiro voltado para a iniciativa privada, a International Financial Corporation (IFC). Ganhou uma posição e ficou na 125ª colocação em um conjunto de 181 economias globais na pesquisa que mostra onde é mais fácil fazer negócios. Mas se não fosse a inclusão de Brunei, Bahamas e Catar – que entraram no ranking em classificações melhores do que o país – teria melhorado quatro posições, informa a economista da IFC e do Bird, Rita Ramalho, que participou da elaboração do relatório de 211 páginas divulgado nesta terça-feira pelas duas instituições.

Entretanto, nesta lista liderada por Cingapura, Nova Zelândia e Estados Unidos, o Brasil ficou atrás da maioria dos vizinhos sul-americanos como Chile, Colômbia, Argentina, Paraguai e Uruguai e de economias bem menores tanto em Produto Interno Bruto (PIB) quanto em população, como Suazilândia (108 lugar), Zâmbia (100), República Dominicana (97), Botsuana (38) e Azerbaijão (33). Este último foi o grande destaque do estudo. Saltou nada menos que 64 degraus.

– O Azerbaijão foi o país que mais fez reformas positivas para melhorar o ambiente de negócios – concluiu Rita.

– O Brasil teve melhora nos procedimentos de importação e exportação, que ajudaram o país a melhorar a classificação em relação ao ano passado, mas ele não acompanhou o ritmo de seus vizinhos ou mesmo dos Bric (grupo de países emergentes de crescimento rápido integrado por Brasil, Rússia, Índia e China).

A economista destacou que o Brasil continuou na última colocação entre os países Bric.

– A Índia fez menos reformas neste ano, mas mesmo assim continuou à frente do Brasil – lembrou Rita. – A Índia desceu dois degraus para a 122ª colocação enquanto a China subiu da 90ª para a 83ª posição. Já a Rússia caiu da 112ª para a 120ª classificação.

Abertura de empresas

O Brasil continuou entre os países menos atraentes para se abrir uma empresa, figurando entre as nações com os prazos mais extensos e com maior número de procedimentos. Na Nova Zelândia, por exemplo, é necessário apenas um dia para se abrir uma empresa. No Brasil, 152 dias, e no Suriname, mais de dois anos.

A economista informou que foi computada apenas uma reforma regulamentar para o Brasil no estudo.

– Houve uma melhora também em um item sobre a facilitação da venda de propriedades entre empresas, cujo prazo caiu de 46 para 42 dias, mas isso acabou não constando no estudo – disse.

Entre os países da América Latina, o Chile continuou como o melhor colocado da região apesar de ter perdido posições em relação ao estudo do ano passado. Ficou com a 40 posição no ranking geral. Em segundo lugar, ficou a Colômbia, que foi o país que mais realizou reformas e pulou do 66º lugar para o 53º.

De acordo com Rita, o estudo registrou um número recorde de reformas em geral: foram 239 em 113 países. A África foi a região que mais realizou reformas. Foram 58 mudanças regulamentares em 28 países no continente mais pobre do globo. Ela lembrou também que Leste Europeu e Ásia foram regiões com maior volume de reformas. Já a América Latina conseguiu se destacar pouco nesse quesito: – A região foi o continente que menos fez reformas, mas pelo menos cada país fez ao menos uma.

 

Fonte:
JB Online