Brasil recicla mais plásticos que os países europeus
09/01/2009
O Índice de Reciclagem Mecânica de Plásticos do Brasil, de 16,5%, já é superior ao da média da Europa Ocidental (14,8%) e da União Européia (12,8%). Os dados foram apresentados pelo presidente da Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos, Francisco de Assis Esmeraldo, no 1º Simpósio Plastivida, realizado em São Paulo.
Assis mostrou um estudo inédito, elaborado pela Maxiquim com números de 2003 e metodologia referendada pelo IBGE. De acordo com os dados, já naquele ano o índice de reciclagem de plásticos pós-consumo brasileiro estava muito acima de nações como Grécia (1,9%), Portugal (2,9%), Irlanda (7,8%), Inglaterra (8%), Suécia (8,3%), França (9,2%) e Dinamarca (10,3%).
Apenas a Áustria, com 19,1%, e a Alemanha, com 31,1%, reciclavam percentualmente mais plásticos pós-consumo que o Brasil. É a primeira vez que se compara a reciclagem de plásticos no Brasil com a dos países desenvolvidos.
Os resultados surpreenderam até os autores da pesquisa, uma vez que, diferentemente dos países europeus, o Brasil não dispõe de legislação federal que obrigue à reciclagem, sendo que menos de 10% dos municípios brasileiros (somente 451) são dotados de coleta seletiva de resíduos.
Responsabilidade social
O estudo mostra que a indústria da reciclagem de plásticos no Brasil tinha, em 2003, cerca de 500 empresas recicladoras, 80% das quais na região Sudeste. Essas indústrias faturaram cerca de R$ 1,22 bilhão, gerando 11.500 empregos diretos. Tinham capacidade instalada para reciclar 1,05 milhão de toneladas por ano, consumiram 777 mil toneladas e produziram 703 mil toneladas de plásticos reciclados. As regiões Sul e Sudeste totalizam 82,7% dos resíduos plásticos pós-consumo. A capacidade ociosa era de 26,4%.
“Esse resultado surpreendente não seria possível sem os 500 mil coletadores, em sua grande maioria informais, que recolhem os resíduos e os revendem para seu sustento. Por isso, a separação dos resíduos domésticos e a coleta seletiva são ações tanto de cunho ambiental como de responsabilidade social. Se o Brasil aumentar a coleta seletiva, em breve vamos ultrapassar os países mais desenvolvidos da Europa”, destacou o presidente da Plastivida.
A programação do Simpósio também inclui uma palestra da presidente da Frente Parlamentar Ambientalista no Congresso Nacional, Senadora Serys Slhessarenko (PT-MT); uma apresentação do economista Paulo Mibielli, do IBGE, sobre reciclagem de plásticos; e uma exposição da presidente do Centro de Educação Ambiental de Porto Alegre, Marli Medeiros, sobre a ação de responsabilidade sócio-ambiental desenvolvida por aquela entidade, com o título: “Reciclando vidas e resíduos sólidos: uma iniciativa exemplar”.
Constituída pelas principais empresas da cadeia produtiva dos plásticos, a Plastivida busca conscientizar a população para a importância dos plásticos na vida moderna e para ações de responsabilidade sócio-ambiental.
Canal Executivo
22/05/2005