Brasil irá sediar reunião sobre biocombustíveis
09/01/2009
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou que o Brasil irá sediar, em 2008, uma reunião internacional sobre biocombustíveis.
A informação foi dada pelo presidente durante a entrevista coletiva que concedeu ao lado do líder americano, George W. Bush, após o encontro dos dois em Camp David, a casa de campo presidencial americana.
De acordo com Lula, os Estados Unidos serão um dos países convidados para o evento. Ainda neste sábado, os governos dos dois países divulgaram outras iniciativas relativas a biocombustíveis. Entre elas, os nomes dos primeiros países que sediarão o projeto pioneiro de americanos e brasileiros na produção de etanol: Haiti, República Dominicana, São Cristóvão e Nevis e El Salvador.
Cooperação
A iniciativa conjunta dos dois países não se limitará a estas nações. Em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que Brasil e Estados Unidos pretendem “realizar consultas junto a países interessados em participar do programa de cooperação”.
O programa de implantação de etanol nesses países contará também com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, da ONU e da Organização de Estados Americanos.
Segundo o documento do Itamaray, os dois países pretendem promover missões de cientistas e pesquisadores brasileiros a laboratórios de ponta em biocombustíveis nos Estados Unidos.
A parceria prevê ainda a visita de uma missão conjunta do Departamento de Energia e do Departamento de Agricultura americano ao Brasil, entre abril e maio de 2007.
Obsessão
Ao lado de Bush, Lula disse que “a questão dos biocombustíveis é quase que uma obsessão”, e que avanços nesse setor poderão “gerar uma quantidade de empregos que não estava prevista em nenhum documento assinado por nós no século 20”.
De acordo com Lula, a parceria na produçãoo de biocombustíveis poderá contribuir para várias frentes, “como no combate à intensificação do aquecimento global e do desmatamento, com pleno respeito à soberania de cada país”.
O presidente também aludiu às críticas feitas pelo presidente de Cuba, Fidel Castro, de que o etanol poderá levar à fome mundial, uma vez que o uso de cana-de-açúcar para a produção do biocombustível levaria à escassez do produto como bem alimentício.
“Nosso compromisso com o combate à fome não nos permite realizar qualquer atividade que venha a prejudicar a produção de alimentos; aliás, o presidente Bush sabe, eu sei e todos os governantes sabem que a fome não é gerada por falta de alimentos, mas sim por falta de renda e por falta de convicção política em garantir comida a todo mundo.”
Fonte:
Invertia