Brasil garante a Battisti permanência definitiva
23/08/2011
O ex-activista italiano Cesare Battisti, que recebeu na semana passada os documentos que lhe permitem viver definitivamente no Brasil, disse que é “quase um brasileiro”, na sua primeira entrevista após a saída da prisão.
"Sou quase um brasileiro, falta pouco”, declarou Battisti, cujo pedido de extradição para a Itália foi rejeitado pelo Brasil, um caso que gerou uma crise diplomática entre os dois países.
“Sem documento eu não existia. Agora eu posso circular pelas ruas com documentos. É uma sensação estranha, mas muito boa", declarou o italiano, em entrevista ao portal de notícias G1, da Globo.
O Ministério da Justiça do Brasil confirmou que o documento do Registo Nacional de Estrangeiro de Battisti foi emitido no último dia 15. O efeito dessa emissão já é permanente, mas o documento definitivo só será entregue no prazo de 180 dias.
De acordo com Luiz Eduardo Greenhalgh, advogado de Battisti, o Registo Nacional de Estrangeiro permite ao italiano abrir contas bancárias, alugar casa e trabalhar no Brasil. O advogado realçou que Battisti não teve um atendimento prioritário na emissão do referido documento.
Battisti deixou a prisão em 9 de Junho deste ano, após o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmar a decisão de mantê-lo no Brasil, uma decisão que tinha sido tomada no ano passado pelo então Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ex-activista de extrema-esquerda foi condenado a prisão perpétua na Itália pelo assassinato de quatro pessoas no final dos anos 70. Ele alega inocência e convenceu as autoridades brasileiras a mantê-lo no país sob o argumento de que é alvo de perseguição política por parte do governo italiano.
Na entrevista, Battisti não quis falar sobre o seu passado como activista político nem sobre os processos judiciais em que está envolvido. “Não quero falar de nada, porque não tenho nada a dizer e porque não acho correto entrar nesses assuntos por respeito às autoridades brasileiras", declarou.
Fonte:
Jornal da Madeira