Brasil eleva oferta de novo bônus para atender demanda
09/01/2009
O governo brasileiro elevou de US$ 1 bilhão para US$ 1,250 bilhão a oferta de um novo bônus da República com vencimento em 20 anos, segundo operadores. O motivo foi a forte demanda de investidores pelo papel, estimada em mais de US$ 6 bilhões.
A remuneração proposta inicialmente pelo Tesouro Nacional ao investidor era de 8,95%, mas a taxa final pode ficar menor (8,90%) devido ao excesso de procura. O vencimento do bônus é o maior desde a emissão de 12 de janeiro do ano passado, quando o Brasil lançou US$ 1,5 bilhão em papéis de 30 anos.
A operação de hoje é liderada pelo Deutsche Bank e pelo UBS. Essa é a segunda emissão realizada pelo Tesouro em 2005. A primeira foi anunciada no último dia 20, de 500 milhões de euros em bônus de dez anos, liderada pelos bancos BNP Paribas e Deutsche Bank.
O plano do governo, divulgado em setembro passado, era captar US$ 6 bilhões em 2005. Cerca de 40% desse valor já foi obtido, incluindo a operação do último dia 20 de janeiro e as três últimas de 2004, que somaram US$ 1,728 bilhão.
Esses recursos serão usados para honrar os compromissos da dívida externa que somam US$ 6,117 bilhões neste ano, além de US$ 4,974 bilhões em juros. O governo tem de pagar ainda ao FMI (Fundo Monetário Internacional) US$ 6,117 bilhões.
Quanto mais o governo emite títulos, mais cresce sua dívida externa –que, em outubro do ano passado (dado mais recente), somava cerca de US$ 203 bilhões.
O governo brasileiro aproveita este momento para captar porque o risco-país –que reflete parte da confiança do investidor no Brasil– está em um patamar baixo. Só no ano passado caiu 17,5%. Isso significa que o país paga juros menores para vender papéis da dívida.
O risco Brasil está em menos de 420 pontos, ou seja, 4,2% acima dos títulos do Tesouro Americano –considerados de risco zero.
SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online
31/1/2005