Brasil e Suécia selam acordo para financiamento de caças
30/07/2015
Uma última reunião na manhã desta quarta-feira, 29, no Ministério da Defesa, selou com o banco de fomento sueco SEK os termos para assinatura do contrato de financiamento da compra dos 36 caças Gripen entre Brasil e Suécia. Pelo acordo, a direção do SEK aceitou a redução da taxas de juros de 2,54% para 2,19% ao ano para o financiamento de 100% do projeto, que é da ordem de 39 bilhões de coroas suecas, algo em torno de US$ 5 bilhões. A economia estimada com a redução dos juros pode chegar a R$ 600 milhões (reais). "Chegamos a um denominador comum, bom para todos. Agora, o projeto vai seguir o seu ritmo normal", disse à reportagem o ministro da Defesa Jaques Wagner, que esteve no Palácio do Planalto para comunicar à presidente Dilma Rousseff o resultado das conversas com os suecos. Após comunicar à mandatária que o acordo fechado com os suecos será assinado nos próximos dias, aguardando apenas a sua formalização, Jaques Wagner embarcou ao lado de três comandantes militares para Ladário, em Mato Grosso do Sul, para acompanhar a realização da 9ª Operação Ágata. O ministro da Fazenda Joaquim Levy também foi informado sobre os novos termos do contrato de financiamento e concordou com a proposta de 2,19% de juros ao ano. O acordo deveria ter sido assinado até 24 de junho, mas Levy bateu o pé e rejeitou os juros previstos na primeira versão porque embutiam taxas que estavam em vigor há sete meses. Quando o contrato foi assinado, em outubro do ano passado, as taxas eram de 2,54%. Em maio deste ano, tinham caído para 1,54%, mas em junho já tinham subido para 1,95% ao ano. Levy queria que as taxas fossem renegociadas, pelo menos, para 1,98% ao ano porque, agora, já tinham passado os 2% de novo.
Inicialmente, os suecos não concordaram com a redução, mas cederam mediante acréscimo de uma taxa de administração de 0,35%, a ser cobrada depois do 11º ano de vigência do contrato, que é de 25. Tentaram, ainda, reduzi-la para 0,17% e por fim, concordaram em excluí-la. O governo brasileiro não classifica o valor obtido de taxas de juros de 2,19% uma vitória, mas sim, um acordo possível e bom para ambas as partes. A intenção do ministro Levy é usar a redução dos juros com a Suécia como precedente para negociar outros acordos internacionais que estão sendo firmados por outras pastas. As últimas negociações levaram mais de um mês. As duas partes têm pressa na assinatura do contrato de financiamento para que seja possível cumprir o cronograma de embarque, ainda em agosto, dos 100 engenheiros da Embraer e oficiais da Força Aérea que se mudarão para a Suécia para trabalhar no desenvolvimento do projeto de construção do Gripen NG. Pelo contrato, o banco sueco de fomento financiará 100% do projeto, com oito anos de carência e 15 anos para pagamento. Todas as 36 aeronaves serão entregues antes de o financiamento começar a ser pago. Os primeiros aviões devem chegar em 2019.
Fonte: Estadão Conteúdo