Brasil é penúltimo em competitividade entre 14 países; atrás, só Argentina
14/01/2015
Em busca de reverter a falta de competitividade, o Brasil não tem uma missão fácil pela frente: continua na penúltima posição de um ranking com 14 países concorrentes, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que analisa detalhadamente oito fatores decisivos para a conquista dos mercados.
Só a Argentina, em crise financeira e cambial, ficou mais mal posicionada.
A conclusão é do estudo "Competitividade Brasil 2014", divulgado nesta quarta-feira, que está em sua quarta edição.
O Brasil se mantém na mesma posição desde 2012. Outros países que disputam os mercados globais com empresas brasileiras — e também a demanda interna — foram avaliados: África do Sul, Austrália, Canadá, Colômbia, Coreia do Sul, Chile , China, Espanha, Índia, México, Polônia e Rússia.
No topo da lista, aparece o Canadá, seguido pela Coreia do Sul e pela Austrália.
A economia brasileira só escapa das últimas posições (entre 11º e 14º lugares) em dois quesitos: disponibilidade/custo de mão de obra e tecnologia/inovação. No último ano, houve avanços em três fatores: mão de obra, peso dos tributos e ambiente microeconômico.
"Para ganhar competitividade, é preciso reduzir o custo Brasil. Além de ajudar as empresas a enfrentar a concorrência, isso estimulará os investimentos na melhoria da produtividade das empresas", diz o gerente da Unidade de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.
O pior desempenho do Brasil está na disponibilidade e custo do capital, onde fica na última posição do ranking, devido à combinação da alta taxa de juros básicos e dos maiores "spreads" bancários entre os países analisados. No estudo, a diferença entre a taxa de empréstimo e a taxa de depósito ficou em 19,6 pontos percentuais no Brasil, quase três vezes mais do que a Colômbia (penúltima colocada).
No ambiente macroeconômico, o país caiu da 10ª para a 12ª posição, como efeito principalmente da queda no investimento estrangeiro direto como proporção do PIB, de 2,9% para 2,85%, enquanto nos demais países avaliados, o investimento estrangeiro direto aumentou.
A performance mais positiva está em tecnologia e inovação, onde o Brasil ocupa a 8ª posição, graças ao apoio governamental e aos investimentos em pesquisa e desenvolvimento das empresas.
O relatório se difere de outros estudos do gênero, como o "Global Competitiveness Report" (do Fórum Econômico Mundial), porque tem como foco um grupo restrito de países e um conjunto limitado de variáveis. Ao todo, 51 variáveis foram estudadas, tendo sido agrupadas em 16 subfatores.
Fonte:
Valor Economico