Brasil e EUA querem padrão mundial para etanol
09/01/2009
Brasil e Estados Unidos negociam um padrão técnico para o etanol, o primeiro passo para a transformação do álcool combustível em uma commodity internacional, que seria negociada em bolsas de mercadorias como o petróleo ou a soja.
O assunto será discutido em uma reunião ainda neste mês entre os seis parceiros interessados no desenvolvimento do etanol – Brasil, Estados Unidos, União Européia, China, Índia e África do Sul.
A afirmação foi feita pelo novo embaixador brasileiro nos EUA, Antonio Patriota, depois de reunião nesta quarta-feira com o subscretário de Estado americano Nicholas Burns e o chanceler Celso Amorim no Itamaraty.
Juntos, Brasil e Estados Unidos respondem por 70% da produção e consumo mundial do etanol.
“Cooperação”
“O debate avançará neste ano”, disse Patriota. No Ministério do Desenvolvimento, a expectativa também é de um acordo entre Brasil e Estados Unidos para o estabelecimento de um padrão comum ainda neste ano.
O raciocínio é que, se os dois maiores produtores mundiais concordarem com uma padronização, são grandes as chances de que ele seja adotado também pelos outros produtores e aceito pelos consumidores.
“Nós queremos uma cooperação com o Brasil. Queremos estar com o Brasil no mercado mundial”, disse Burns a jornalistas, ao ser questionado sobre as barreiras ao álcool brasileiro, que hoje paga sobretaxa de US$ 0,54 por galão (R$ 0,30 por litro) para entrar no mercado americano.
Os Estados Unidos, reforçou ele, produzem hoje etanol de milho – com subsídios aos produtores do Meio Oeste – mas estão pesquisando outras fontes para produzir o combustível.
Não estão previstas, pelo menos por enquanto, a produção de etanol de cana-de-açúcar ou mesmo a importação do Brasil.
Fonte:
Correioweb