Brasil cai duas posições em ranking de competitividade global

16/09/2010

O Brasil caiu duas posições no ranking de competitividade elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, ficando acima do Chile e do México e abaixo da China e da Índia. O estudo foi divulgado na quinta-feira (9/9).

Do 56.º, o País caiu para o 58.º, com 4,28 pontos. Para o Fórum, no entanto, o país permaneceu estável por causa da queda de 0,02 ponto na nota, que foi considerada leve.

A divulgação do ranking é feita quatro dias antes da Reunião Anual de Novos Campeões 2010, em Tianjin (China). A reunião, que é chamada de "Davos de verão", terá início em 13 de setembro.

Os Primeiros
O primeiro lugar do ranking de competitividade é da Suíça, com 5,63 pontos. Em seguida vêm Suécia (5,56), Cingapura (5,48), Estados Unidos (5,43), Alemanha (5,39) e Japão (5,37). O último do ranking dos 139 países avaliados foi o Chade, com 2,73 pontos.

Entre os Brics, a China foi a única a melhorar sua posição no ranking, subindo duas posições para o 27.º lugar (4,84 pontos). A Índia caiu duas posições, de 49.º para 51.º, mas com uma pequena melhoria na pontuação (4,33). A Rússia, por sua vez, ficou em 63.º lugar, com 4,24 pontos.

Já na comparação com os países da América Latina, o País aparece atrás do Chile, que ficou em 30.º lugar, com 4,69 pontos, mas à frente do México, em 66.º (4,19). A Argentina ficou em 87.º lugar (3,95) e a Venezuela, em 122.º (3,48).

Itens valorizados
O ranking valoriza o que o Fórum chama de “12 pilares da competitividade”: instituições, infraestrutura, macroeconomia, saúde e educação primária, educação superior e treinamento, eficiência de mercado, eficiência do trabalhador, desenvolvimento do mercado financeiro, prontidão tecnológica, tamanho do mercado, sofisticação de negócios e inovação.

De forma geral, o relatório do Fórum Mundial ressalta como os cinco fatores mais problemáticos para a atuação das empresas a legislação tributária, o custo dos impostos, a infraestrutura inadequada, leis trabalhistas restritivas e burocracia governamental ineficiente.

Na comparação com os 139 países do estudo, o Brasil permaneceu no fim da lista em itens como Crime Organizado (125.º), Impacto da legislação governamental (139.º), confiança pública nos políticos (127.º), taxas de juros (136.º) e extensão e efeitos dos impostos (139.º).

Sob outros aspectos, o Brasil saiu-se acima da média dos 139 países. Os itens Adoção Tecnológica e Tamanho do Mercado receberam nota 5,28 e 5,60, respectivamente. No entanto, as nota de infraestrutura (3,76) colaborou para a redução da nota final.

Transferência de tecnologia
O Brasil ficou em 23.º lugar no ranking da transferência de tecnologia proporcionada por investimentos estrangeiros diretos, com nota 5,2 (a média dos 139 países foi 4,6) – atrás do Chile (20.º) e à frente da Índia (28.º).

Absorção de tecnologia
No ranking que mede o quanto as empresas do País absorvem nova tecnologia, o Brasil ficou em 46.º, com nota 5,2 – acima da média de 4,9. Nesse quesito, Chile e Índia tiveram melhor pontuação, ocupando os 37.º e 39.º lugares, respectivamente.

Disponibilidade das últimas tecnologias
O País ocupou o 50.º lugar no ranking de disponibilidade local das tecnologias mais recentes, com nota de 5,5 (a média foi de 5,1). O Chile ocupou a 26.ª posição, com nota 6, enquanto a Índia ficou em 41.º lugar, com nota 5,6.

Investimentos em P&D
No ranking dos investimentos corporativos em pesquisa e desenvolvimento, o Brasil ficou entre os 30 primeiros, ocupando a 29.ª colocação, com nota de 3,8 – a média foi de 3,2. Ficamos atrás da China, mas à frente da Índia (37.º).

Capacidade para inovação
O quesito avaliou a forma com que as empresas do país obtém tecnologia, se por licenciamento ou cópia (menor nota) ou por pesquisa pioneira formal (maior nota). O Brasil destacou-se entre os 30 primeiros (29.ª posição, com nota 3,8). Tal como nos investimentos em P&D, a média foi de 3,2.

Colaboração entre empresas e universidades
Outro item em que o Brasil ficou acima da média, o ranking que mede o grau de colaboração em pesquisas por parcerias entre empresas e universidades trouxe o País na 34.ª posição, com nota de 4,3 (a média foi de 3,7). A Costa Rica ficou em 28.º lugar e o Chile, em 39.º.

Usuários de Internet
No ranking do número estimado de usuários de Internet para cada cem habitantes, o Brasil ficou em 57.º lugar, com 38,7 (equivalente a 38,7% da população, o que resultaria em aproximadamente 75 milhões de internautas). O país com mais usuários, relativamente à população, é a Islândia (93,5). Os Estados Unidos aparecem em 17.º (76,2).

Assinaturas de banda larga
O Brasil apareceu em 58.º lugar na classificação de países em número de assinaturas de banda larga fixa para cem habitantes, com 7,5. Está logo atrás da China (57.º) e a dez posições do Chile (48.º). Nesse quesito, o país do BRIC melhor posicionado é a Rússia, em 50.º lugar; a Índia apareceu na 100.º posição.

Para a coleta e o tratamento dos dados referentes ao Brasil, o Fórum Econômico Mundial teve a colaboração da Fundação Dom Cabral e do Movimento Brasil Competitivo.

 

Fonte:
Computerworld