Brasil avisa ao G8 que eleições não mexem com economia
09/01/2009
avaliação de Palocci não é a mesma da ONU, que aponta que Brasil e México serão os países que menos crescerão na América Latina em 2006, até mesmo segurando a média da região para baixo.
Moscou – O governo avisa ao G8 (grupo dos países mais ricos e Rússia) que as turbulências econômicas verificadas nos meses das eleições em 2002 não se repetirão em 2006. Falando para os ministro das Finanças das maiores potências em uma reunião em Moscou, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, garantiu que as perspectivas para este ano são “muito boas” e espera obter um crescimento “vigoroso”.
“O cenário de 2006 está parecido ao de 2004. A inflação está baixa, o risco está abaixo de 230 pontos, a taxa de juros está em queda, continuamos gerando 100 mil empregos por mês e a renda está crescendo. Esse é um cenário de bom crescimento “, disse aos jornalistas ao deixar o encontro.
A avaliação de Palocci não é a mesma da ONU, que aponta que Brasil e México serão os países que menos crescerão na América Latina em 2006, até mesmo segurando a média da região para baixo. Sobre o Brasil, os economistas da ONU estimam que a economia tenha um crescimento de cerca de 3%, o menor entre as principais economias emergentes do mundo. Para as Nações Unidas, o Brasil cresceu 2,5% em 2005 e a diferença para este ano, portanto, seria pequena. Segundo a ONU, com os juros altos, crescimento relativamente baixo e inflação dentro da meta, o Brasil teria espaço para adotar uma política macroeconômica menos rígida.
Falando para os demais ministros das Finanças do G8, Palocci apresentou os números da economia brasileira em um café-da-manhã em que o País foi convidado a participar. “Somos cada vez mais uma economia aberta”, afirmou o ministro, lembrando que a corrente de comércio é 78% maior que há três anos.
Petróleo
O G8 apontam que os altos preços do petróleo são um risco à economia mundial e que os países devem se esforçar em tomar mecanismos de mercado que possam garantir que a volatilidade no setor não crie obstáculos ao cenário internacional. Reunidos em Moscou, os ministros das Finanças dos Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão, Canadá, Alemanha e Rússia, chegaram à conclusão de que, mesmo assim, o crescimento mundial deverá se manter forte em 2006.
O diretor do Fundo Monetário Internacional, Rodrigo Rato, alertou que a alta ocorre diante de um problema cada vez mais relacionado com o abastecimento. Já os franceses pediram que os russos ratificassem o tratado que garanta o abastecimento de gás para a Europa. Os russos estão sendo pressionados para que garantam o suprimento de energia, principalmente para a Europa, depois que Moscou simplesmente decidiu fechar parcialmente alguns gasodutos em uma disputa de preços com a Ucrânia. O tema foi tratado em encontros dos ministros com Vladimir Putin, presidente da Rússia. Mas não foi incluído no comunicado final.
Outra conclusão é de que os países ricos precisam diversificar as fontes de energia. Mas cada um interpreta a necessidade de alternativas de uma forma distinta. Enquanto Palocci tentou convencer o G8 que o etanol seria a opção ideal para resolver o problema do petróleo, Thierry Breton, ministro francês, prefere apostar na energia nuclear. Em São Petersburgo, em meados do ano, G8 realiza sua cúpula e, além da segurança energética, tratará de riscos de epidemias para a economia mundial. O grupo escolherá uma doença para que seja dada atenção e recursos para seu tratamento.
Fonte:
Estadão.com.br
Jamil Chade