Bovespa opera em queda; dólar volta a cair com novas ações do BC

23/10/2008

O Ibovespa, indicador de referência da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), operava em queda de 1,73%, a 34.462,8 pontos, por volta do meio-dia desta quinta-feira (acompanhe gráfico da Bolsa com atualização constante).

O dólar comercial inverteu o desempenho da abertura e passou a cair nesta quinta-feira, depois que o Banco Central anunciou novas ações para tentar conter o impacto da crise no câmbio.

A moeda americana recuava 2,39%, cotada a R$ 2,324 na venda (veja quadro com a cotação do dólar). Mais cedo, o dólar chegou a subir mais de 6%.

O BC anunciou que vai vender até US$ 50 bilhões por meio de leilões de swap cambial, operação na qual o órgão vende ao mercado um papel que vale dólar e troca por variação dos juros. A iniciativa, como explicou, faz parte da estratégia de "mitigação do impacto da crise financeira internacional sobre a economia brasileira". As vendas serão realizadas conforme a necessidade de liquidez dos mercados, disse a instituição.

O temor de recessão segue cada vez maior entre os investidores e contribuiu para o avanço do dólar e o desabamento das Bolsas.

A possibilidade de novos balanços ruins para as empresas também preocupa. A japonesa Sony, por exemplo, anunciou nesta quinta-feira uma forte revisão para baixo de suas previsões de resultados financeiros para este ano, afetada em cheio pela conjuntura mundial degradada e pela alta do iene.

A empresa espera um lucro líquido anual de 150 bilhões de ienes, contra 240 bilhões previstos anteriormente. Em 2007, a Sony encerrou com lucro recorde de 369 bilhões de ienes.

O presidente francês Nicolas Sarkozy anunciou nesta quinta-feira a criação de um 'fundo público de intervenção' para atuar em favor das empresas consideradas estratégicas e que atravessam dificuldades.

O Banco Central de Hong Kong interveio no mercado de câmbio, comprando US$ 500 milhões – um total de 3,88 bilhões locais – para manter o atual nível de câmbio entre as duas moedas.

O Japão corre o risco de não registrar mais superávits na balança comercial por causa da crise econômica internacional. O Ministério das Finanças do país informou que o superávit japonês diminuiu 94,1% em setembro, para US$ 973 milhões, o que situa a balança comercial japonesa no pior nível dos últimos 26 anos.

No Brasil, a taxa de desemprego ficou estável em 7,6% na passagem de agosto para setembro e caiu 1,4 ponto percentual sobre o resultado de setembro de 2007, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou leve aceleração em outubro, para 0,3%, após o avanço de 0,26% observado em setembro.

O governo brasileiro resolveu zerar a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para as operações de câmbio de estrangeiros que investem nos mercados financeiro e de capitais no Brasil, em mais uma tentativa de aliviar os efeitos da crise global de crédito.

Mercados
Os mercados da Ásia tiveram mais um dia de pânico. Todos voltaram a fechar no vermelho pelo segundo pregão consecutivo. Novamente a principal influência foi a forte queda em Wall Street, com possibilidade de aprofundamento da recessão nos Estados Unidos e em todo o mundo. A Bolsa de Tóquio caiu 2,5%, o índice de Seul perdeu 7,5% e o índice de Hong Kong recuou 3,55%.

Fonte:
Uol Economia
(Com informações de AFP, Reuters e Valor Online)