BNDES tem lucro recorde em 2006, de R$ 6,3 bilhões

09/01/2009

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) teve lucro líquido recorde em 2006, de R$ 6,331 bilhões, 97,7% acima do auferido em 2005, que foi de R$ 3,202 bilhões. “É um patamar excepcional. Maior do que a soma dos últimos três anos”, disse hoje o presidente da instituição, Demian Fiocca, ao divulgar o resultado.

A maior parte do lucro, R$ 3,893 bilhões, veio das operações de renda fixa, sendo que, disso, R$ 2,8 bilhões se devem à recuperação de crédito. “Nós não estamos cobrando juros altos das empresas. Pelos spreads (diferença entre a taxa de juros da captação dos recursos pelo banco e a taxa cobrada no empréstimo), o lucro seria de R$ 1 bilhão”, disse Fiocca. Ele informou que a principal reversão da provisão de devedores duvidosos (PDD) foi referente à empresa Brasil Ferrovias. Além disso, um crédito da AES também foi recuperado e está incluído nos R$ 2,8 bilhões. Ele não informou, porém, os valores por empresa.

A recuperação de crédito, descrita por Fiocca como “excepcional”, foi superior ao lucro obtido com renda variável, que foi de R$ 2,438 bilhões. “O BNDES ganha como sócio das empresas, não tirando delas. O dinheiro vem de dividendos e de monetização de ações, com destaque para a venda das ações do Banco do Brasil. Fiocca observou que o bom resultado foi conseguido mesmo com o banco acentuando sua atuação de fomento e teve inadimplência de 0,68%.

Mais recordes

O BNDES bateu recorde histórico também nos desembolsos e nas aprovações em 12 meses até janeiro. Os desembolsos somaram R$ 54,473 bilhões, com aumento de 19% sobre o período imediatamente anterior (fevereiro de 2005 a janeiro de 2006). As aprovações nos 12 meses até janeiro totalizaram R$ 79,167 bilhões, 43% acima dos 12 meses anteriores.

“As aprovações, principalmente, nos deixam otimistas quanto à perspectiva de crescimento da economia brasileira”, disse Fiocca. “Desembolsos e aprovações são dois indicadores fortes da disposição dos investidores em investir e da capacidade do BNDES de processar, viabilizar e consolidar essas aprovações”, afirmou.

De acordo com ele, as aprovações para a indústria alcançaram R$ 39,875 bilhões, com crescimento de 36% em relação ao período de 12 meses anteriores, terminados em janeiro de 2006. As de infra-estrutura somaram R$ 28,873 bilhões, aumentando 52%. Juntas, indústria e infra-estrutura responderam por 87% do total de aprovações no período.

Em relação aos desembolsos, os dois segmentos representam 86%. A indústria recebeu desembolsos de R$ 29,662 bilhões nos 12 meses até janeiro, com expansão de 35% sobre o período anterior. Já a infra-estrutura recebeu do banco em 2006 R$ 16,792 bilhões e teve queda de 3% nos desembolsos em comparação com o período de 12 meses terminado em janeiro do ano passado. “Os projetos de infra-estrutura são de mais longo prazo e o melhor indicador nesse caso é o desembolso”, disse Fiocca.

Fonte:
Agencia Estado