BNDES pede mudança na economia e menos juros

09/01/2009

RIO DE JANEIRO (Reuters) – O presidente do BNDES, Guido Mantega, propôs nesta quarta-feira um aperfeiçoamento da política econômica para abrir espaço a um crescimento sustentável mais expressivo da economia.

“A economia brasileira está pronta para explodir no bom sentido. A discussão é o que fazer para explorar esse potencial, para ser mais de 3,5% ou 4%”, disse Mantega a jornalistas após almoço com o deputado federal Delfim Netto (PP-SP) para discutir a proposta de déficit nominal zero.

“Não queremos propor uma nova política econômica, queremos criar condições para maximizar o crescimento.”

Segundo o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o governo precisa aprimorar o ajuste fiscal e reduzir os juros. Mantega explicou que esse ajuste fiscal passaria por uma mudança no perfil da dívida, além de maior eficiência nas compras do governo e na contratação de serviços.

“Fazendo um ajuste fiscal sério e vigoroso, abre-se a possibilidade de redução dos juros, mas é preciso fazer uma reestruturação da dívida, que é predominantemente de títulos de curto prazo, de modo a transformá-la em prefixada”, defendeu.

Mantega acrescentou que esse ajuste que está propondo não alteraria a meta de superávit primário, que é de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB).

“O ajuste fiscal que está sendo feito é consistente, mas pode ser complementado. Mas não com aumento do superávit primário. Pode-se melhorar a qualidade do ajuste fiscal com redução do custeio e aumento do investimento e preservar o gasto social.”

Mantega completou que outro entrave para um crescimento mais forte da economia, além da questão dos juros altos, é o dólar baixo.

“O país está pronto para crescer, mas hoje esbarra na taxa de juros muito elevada, que permite crescer só 3%, 3,5%, não mais que isso, e num câmbio valorizado que impede um crescimento externo maior.”

Na próxima semana, o BNDES vai reunir economistas para debater as condições para o crescimento sustentável do país e depois pretende convocar líderes empresariais e sindicalistas para aprofundar a discussão.

Fonte:
Reuters
Uol Economia
4/8/2005