BNDES lança linha para apoiar crescimento de indústria média
09/01/2009
RIO DE JANEIRO (Reuters) – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou nesta quinta-feira uma linha de financiamento para estimular o crescimento de empresas industriais de médio porte do país e não descarta a possibilidade de participar do capital dessas empresas para fomentar a expansão delas.
“É possível que seja necessário uma melhoria no capital dessas empresas para elas crescerem, vamos estudar setor a setor. O BNDES também poderá atuar na renda variável desse setor”, disse a jornalistas o presidente do BNDES, Demian Fiocca.
Segundo ele, a linha de financiamento tem como alvo empresas com faturamento anual entre 60 e 300 milhões de reais e que tenham realizado investimentos nos últimos três anos.
A linha de 1 bilhão de reais estará disponível no banco até dezembro do ano que vem. “É uma tradição no BNDES fazer uma linha piloto”, afirmou Fiocca.
O executivo acrescentou que o banco identificou que muitas empresas brasileiras deixaram de ser de médio porte, mas para se tornarem efetivamente empresas de grande porte precisariam de estímulo financeiro.
Ele afirmou que muitas empresas do setor de petróleo, siderurgia, petroquímica e celulose estão crescendo a reboque dos bilionários planos de investimento de grandes empresas. Fiocca citou como exemplo, o plano de investimento da Petrobras, que prevê gastos de 87 bilhões de dólares até 2011. De acordo com o executivo, esse plano de investimentos da estatal vai dinamizar toda a cadeia de fornecedores da Petrobras.
“O exemplo da Petrobras é básico. Ela tem um programa de investimentos que vai arrastar muitas outras empresas. As empresas que estão crescendo graças à Petrobras vão ter uma transição complicada, deixarão de ser pequenas e médias para serem grandes”, disse Fiocca.
A linha do BNDES vai financiar o capital de giro de empresas industriais de médio porte que queiram investir em bens intangíveis, como capacitação, qualificação de funcionários, contratação de consultores, marca, design, aquisição de patentes e outros.
O empréstimo está limitado a 10 por cento do faturamento da empresa no último ano. A taxa de juro cobrada pelo BNDES será de 4,5 por cento ao ano para operações diretas mais taxa de risco de crédito que varia de 0,8 a 1,8 por cento ao ano. Se a operação for indireta a remuneração será de 3 por cento ao ano, mas a taxa do agente financeiro será de até 4,5 por cento.
Fonte:
Reuters Brasil
Rodrigo Gaier