Blair defende modernização da Europa

09/01/2009

BRUXELAS, 23 jun (AFP) – A Europa corre o risco de experimentar um “fracasso estratégico em grande escala” se não conseguir se adaptar à globalização, diante do surgimento de potências econômicas como a China e a Índia, advertiu nesta quinta-feira o primeiro-ministro britânico, Tony Blair.

Em discurso sobre a presidência britânica do bloco, que começa em 1º de julho, Blair disse apoiar uma “Europa social”, mas considera que o estado atual do modelo do Velho Continente está mal preparado para as demandas do século XXI.

“Os Estados Unidos são a única superpotência. Mas a China e a Índia, daqui a algumas décadas, serão as duas economias mais importantes do mundo, cada uma delas com uma população três vezes maior que a da UE. A idéia é de uma Europa unida para ser o suficientemente forte e conservar seu lugar no mundo”, afirmou Blair em discurso no Parlamento Europeu.

“Se a Europa ceder ao euroeceticismo ou se as nações européias diante deste imenso desafio decidem se refugiar juntas esperando evitar a globalização, corremos o risco de fracassar. Um fracasso estratégico em grande escala”, advertiu.

As declarações de Blair ocorreram no momento em que os 25 Estados membros enfrentam uma crise sem precedentes provocada pelo “não” franco-holandês à Constituição Européia e à incapacidade de seus dirigentes de chegar a um acordo sobre o orçamento comunitário 2007-2013 durante uma tumultuada reunião de cúpula, sexta-feira passada.

Blair foi acusado por seus sócios de ter bloqueado o acordo, ao insistir na manutenção do reembolso dos ingleses por sua contribuição à UE, o chamado “cheque britânico”.

“É hora de enfrentar a realidade, de ouvir o sinal de alarme. As trombetas soam em torno dos muros da cidade. Não estamos escutando?”, perguntou Blair.

“O objetivo de nosso modelo social deveria estar baseado no reforço de nossa capacidade de sermos competitivos, ajudarmos as pessoas a enfrentarem a globalização. É evidente que precisamos de uma Europa social, mas uma Europa social que funcione”, acrescentou.

“Não são apenas China e Índia. Observem o caso de países como o Vietnã e a Tailândia hoje, que realizam intercâmbios surpreendentes para suas economias. O problema no mundo atual é que é preciso se adaptar constantemente a este processo de transformação”, concluiu.

Uol Economia
23/6/2005