BCs de países ricos são cobrados a agir contra crise em emergentes
26/08/2013
Os grandes bancos centrais do mundo deveriam ser mais agressivos para lidar com a turbulência nos mercados emergentes, cobrou ontem o ministro das Finanças da África do Sul, Pravin Gordhan.
Na ausência de Ben Bernanke no encontro anual do Fed (BC norte-americano) de Kansas em Jackson Hole (Wyoming), a turbulência em mercados como Brasil, Índia, Indonésia e África do Sul foi o tema dominante.
"Há uma incapacidade de encontrar solução para reduzir a volatilidade das moedas", disse Gordhan ao "Financial Times".
O rand sul-africano, assim como o real, é uma das moedas que mais têm caído em relação ao dólar neste ano.
A expectativa de que o Fed inicie a retirada de estímulos à economia dos Estados Unidos e encerre a era do "dinheiro barato" tem provocado a fuga de investimentos de países emergentes.
Todos os meses o BC norte-americano despeja no mercado US$ 85 bilhões com a compra de títulos do Tesouro. A sinalização da autoridade monetária de que em breve vai reduzir essas aquisições tem provocado a valorização desses papéis.
Como resultado, recursos que estavam em países como o Brasil estão sendo redirecionados aos EUA. E as moedas dessas nações perdem valor em relação ao dólar.
No Brasil, o dólar acumula alta de 15% no ano.
Em raciocínio na linha do sul-africano, o presidente do banco central do México, Agustín Carstens, cobrou das economias avançadas que sejam mais claras em suas políticas de retirar estímulos monetários e coordenem seus movimentos.
Na sexta, a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, dissera que é preciso criar uma "linha de defesa" contra uma crise nos emergentes.
Fonte:
Folha de S.Paulo