BCE sugere novas medidas de estímulo mas frustra expectativas
02/08/2012
O BCE (Banco Central Europeu) seguiu o "exemplo" de sua contraparte americano (o Federal Reserve) e manteve a taxa básica de juros (para a zona do euro), mas sugeriu nesta quinta-feira que pode tomar medidas adicionais para combater a crise.
"O Conselho do BCE pode considerar a execução de medidas não tradicionais de política monetária de acordo com o que for necessário para reparar a coordenação da nossa política monetária. Nas próximas semanas, nós vamos configurar as modalidades apropriadas para tais medidas", disse o titular do BCE, Mario Draghi, em um comunicado divulgado no site do banco logo após a reunião de hoje.
Os mercados, no entanto, não gostaram da ausência de medidas concretas para enfrentar a crise das dívidas soberanas.
Nos EUA, a Bolsa de Nova York cai 0,68%; Na Europa, a Bolsa de Londres perde 0,73%, enquanto a Bolsa de Paris cede 1,77%. Em Frankfurt, a Bolsa local recua 1,68%.
Assim como o "Fed", o BCE optou por não mexer na atual taxa básica de juros (0,75% ao ano) para os países da zona do euro. Essa taxa serve de referência para o custo dos empréstimos a consumidores e empresas.
Apesar da taxa europeia ainda ser mais alta do que a taxa básica dos EUA ou do Japão, em ambos os casos inferior a 0,5%, vários economistas consideravam que uma nova redução teria pouco efeito sobre a economia da região.
O que muitos especialistas e investidores esperavam, no entanto, o BCE não entregou: a confirmação de que a autoridade monetária voltaria a fazer compras maciças de títulos de dívida soberana, de modo a rebaixar os custos de financiamento para a Itália e Espanha.
Ambos os países enfrentam uma severa crise financeira, que se reflete na hora de buscar financiamento no mercado financeiro.
Os grandes compradores de títulos públicos têm exigido retornos cada vez mais altos para adquirir esses "pedaços" da dívida pública.
Especialistas avaliam que um país afunda numa situação insustentável quando somente consegue se financiar no mercado a taxas de 7% ao ano, o que é a realidade cada vez mais próxima para italianos e espanhóis.
Fonte:
Jornal Floripa