BC vê inflação abaixo da meta e sugere cautela nos juros

09/01/2009

A projecão do Banco Central para a inflação em 2005 encontra-se abaixo da meta de 5,1%, em razão da reavaliação das estimativas de alguns preços administrados no restante do ano, como energia e gás.

O cenário de referência do Banco Central para a projeção aponta Selic estável em 19,75% e taxa de câmbio em R$ 2,35.

Na ata da reunião de setembro, no entanto, o Banco Central voltou a falar na necessidade de cautela com a política monetária para manter o cenário benigno de inflação conquistado.

“O Copom avalia que a atuação cautelosa da política monetária tem sido fundamental para aumentar a probabilidade de que a inflação convirja para a trajetória de metas”, disse a ata.

“A flexibilização da política monetária não comprometerá as importantes conquistas dos últimos meses no combate à inflação e na preservação do crescimento econômico com geração de empregos.”

Na reunião deste mês, o BC reduziu os juros em 0,25 ponto percentual, para 19,5%. Foi a primeira queda desde abril de 2004.

O BC disse ainda que a economia deve seguir em expansão, mas em ritmo condizente com a oferta. Ele classificou como “positiva” a expansão da formação bruta de capital fixo – uma medida dos investimentos – no segundo trimestre e o aumento das importações de bens de capital no acumulado até julho.

O Copom avaliou que o reajuste dos combustíveis anunciado neste mês reduziu o foco de incerteza para a construção dos cenários de evolução da inflação neste ano e no próximo.

O BC elevou a previsão de reajuste da gasolina em 2005 de 0% para 7,5% e disse não prever novos aumentos neste ano.

O prognóstico para a alta de preços administrados em 2005 subiu de 7% para 7,8%.

No entanto, a previsão para a alta da tarifa de energia elétrica residencial para 2005 caiu de 8,2 para 7,6%, enquanto a de gás de botijão recuou de 0 para -1,7%.

Para 2006, a expectativa para a elevação dos preços administrados caiu de 5,7 para 5,3%, em razão da queda recente dos IGP-s e de suas projeções para os 12 meses à frente.

Fonte:
Reuters
22/9/2005