BC eleva juro a 18,25% e já acena com nova alta

09/01/2009

Em sua primeira reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou ontem a taxa Selic em meio ponto percentual. O juro básico da economia subiu de 17,75% para 18,25%. Foi a quinta alta consecutiva. Desde setembro, o juro já subiu 2,25 pontos percentuais. Acumulada, a alta já encareceu a dívida pública em cerca de R$ 10 bilhões.

A nota distribuída ao término da reunião foi muito semelhante às de novembro e dezembro, o que sugere a continuidade do ciclo de aperto monetário em fevereiro. Economistas de instituições financeiras trabalham com a perspectiva de mais uma alta de 0,5 ponto. Entendem que o juro não vai parar de subir enquanto o mercado não reduzir sua projeção do IPCA para este ano dos atuais 5,7% para os 5,1% perseguidos pelo BC.

Como a decisão do Copom beneficia o setor bancário, principal detentor dos títulos públicos, as ações dos bancos comandaram ontem a recuperação da Bovespa, após dois dias de queda. Enquanto o Índice Bovespa subiu 0,76%, Banco do Brasil ON fechou em alta de 3,04%, Itaúsa subiu 1,8%, seguida por Itaubanco PN (+1,70%) e Bradesco PN (+1,20%).

Empresários e sindicalistas condenaram a decisão do Copom. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, disse que a alta dos juros poderá influenciar a atividade econômica já neste trimestre. Para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Copom “joga um balde de água fria naqueles que desejam que o Brasil tenha um desenvolvimento econômico vigoroso”. O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, afirmou que o BC “dá um presente aos especuladores e pune o setor produtivo”.

Valor Online
20/1/2005