BBVA: América Latina resistirá à agitação financeira e eleições
09/01/2009
São Paulo, 26 mai (EFE).- A América Latina vive um ciclo de crescimento econômico que resistirá às turbulências devido à agitação financeira internacional e as eleições em vários países da região, afirmou hoje, em São Paulo, um especialista do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA).
“O período atual é um dos mais prolongados de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) desde os anos 80”, disse o subdiretor de Estudos do BBVA, David Taguas Coejo, em um seminário sobre internacionalização de empresas brasileiras e mexicanas.
O seminário, organizado pelo BBVA, teve a participação de cerca de 100 empresários brasileiros e mexicanos, que expuseram suas experiências na abertura de mercados além das fronteiras nacionais.
Segundo Taguas, o “notável dinamismo” da economia mundial, que gera uma alta demanda de matérias-primas, gera um “efeito riqueza” nos países produtores – entre eles os latino-americanos -, e essa situação não deve mudar em curto prazo.
“As fortes entradas de capital reduziram a mínimos históricos o risco dos países latino-americanos, e as recentes turbulências não devem afetar muito”, disse.
O economista se referiu, assim, à volatilidade que nos últimos dias atingiu os mercados emergentes, temerosos de que novos aumentos das taxas de juros nos Estados Unidos gerem uma fuga do capital externo que receberam nos últimos anos.
Sobre o impacto das eleições presidenciais que acontecerão este ano em países como Brasil, Colômbia, Peru, México e Venezuela, Taguas disse que, embora os processos eleitorais naturalmente gerem turbulências nos mercados, a região está mais preparada do que nunca para enfrentar sem traumas esses fenômenos.
“Este ano é complicado do ponto de vista eleitoral, mas acreditamos que não haverá impacto significativo nos mercados financeiros. Isso é uma grande notícia”, disse o especialista do BBVA.
Taguas destacou que a América Latina nunca esteve em posição tão confortável para poder enfrentar turbulências políticas e financeiras o que, disse, se deve à estabilidade macroeconômica da maioria dos países da região.
“É preciso reconhecer que as coisas foram bem feitas. Em muitos países, os bancos centrais são independentes, foram estabelecidas metas inflacionárias e se reduziu a inflação com um sistema de câmbio flexível”, disse.
Fonte:
agencia efe