BBC entrevistou brasileiros sobre comida na Segunda Guerra Mundial

21/07/2015

O quadro 'O rádio faz história' do programa Todas as Vozes contribui com a série produzida em diferentes programas das emissoras EBC sobre os 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Na edição desta segunda-feira, 20 de julho, Rose Esquenazi e Marco Aurélio Carvalho mostraram entrevistas realizadas pela BBC sobre as refeições que eram servidas para os integrantes da Força Expedicionária Brasileira na Itália. O brasileiro Francis Charlton Hallawell (1912/2004), o 'Chico da BBC', foi o único radialista nascido no Brasil a enviar boletins em áudio diretamente do front de batalha na Segunda Guerra Mundial. Os demais correspondentes brasileiros na guerra trabalhavam para o jornalismo impresso. Francis viajou para a Inglaterra porque queria lutar como voluntário e assinou o contrato com a BBC no dia 7 de agosto de 1941, dois anos antes de o Brasil entrar no conflito mundial. No início de seu trabalho na BBC, 'Chico' era locutor de notícias em português. Depois, passou a criar programas e, a partir de 1944, se tornou correspondente de guerra. Enviava boletins jornalísticos, crônicas e programas radiofônicos da Itália para a Inglaterra. De Londres, os técnicos da emissora britânica transmitiam para o Brasil, em ondas curtas, todo o conteúdo produzido. O objetivo de 'Chico' e da BBC era valorizar o soldado na relação com o público brasileiro e confortar os ouvintes. Muitas famílias passavam a acreditar que os filhos, namorados e maridos estavam bem na Itália.

Com colaboração da jornalista Rose Esquenazi, professora da Faculdade de Comunicação da PUC-RJ, o quadro 'O rádio faz história' do programa Todas as Vozes mostra o locutor da BBC anunciando o boletim de Francis. Em seguida, podemos observar as gírias, as piadas e a leveza com que 'Chico da BBC' conduziu as entrevistas no campo. Você vai ouvir que Francis falou da "gororoba" que era servida. Explicou que os soldados precisavam comer porque “nem jipe funciona sem gasolina”. Exagerou ao chamar o cozinheiro-chefe de “maître do quartel-general da FEB”. Arlindo Formé, de São Paulo, o chef entrevistado, com humor e excelente voz, fez chiste de tudo. O objetivo da entrevista, mais uma vez, foi passar uma ideia relativamente amena da vida no campo de batalha. Brincalhão, Francis quis saber se o chef não tinha vantagens ao comandar uma cozinha de campanha. Arlindo Formé admitiu que sim e que agradava até as "pequenas".

Fonte: radios.ebc.com.br